A Revitalização do Centro do Rio: Um Caminho para a Recuperação

Ativista católica e candidata a vereadora Lilia Nunes fala sobre sua visão para um Centro do Rio recuperado e que volte a ser o coração pulsante da cultura brasileira

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Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso / Santa Casa da Misericórdia / Irmandade da Misericórdia - Foto: DIÁRIO DO RIO / Daniel Martins

Por Lilia Nunes*

O Centro do Rio de Janeiro, que já foi um dos polos mais dinâmicos e vibrantes da cidade, vive hoje um cenário de abandono que preocupa moradores, comerciantes e autoridades. A pandemia agravou o esvaziamento da região, com o fechamento de inúmeras lojas e a redução significativa da circulação de pessoas. No entanto, este é um problema que vai além da crise sanitária, e que afeta também outros centros urbanos no Brasil e no mundo. Cidades como São Paulo e algumas grandes capitais europeias enfrentam o desafio de revitalizar suas áreas centrais, muitas vezes deterioradas pela falta de investimento e planejamento.

No caso do Rio de Janeiro, a questão é especialmente crítica. O Centro não é apenas uma área de comércio ou circulação; ele é um símbolo da história da cidade e do país. Foi no Rio que se concentraram momentos cruciais da nossa trajetória nacional, sendo a única cidade das Américas a ter sido capital de um reino europeu. Além disso, o Rio tem uma riqueza cultural que poucas cidades no mundo podem reivindicar. Por isso, qualquer plano de revitalização do Centro precisa considerar não apenas aspectos econômicos, mas também o enorme valor histórico e cultural da região.

Para que essa revitalização seja efetiva, é fundamental superar o dilema do esvaziamento dos centros urbanos, algo que afeta grandes cidades globalmente. Uma das soluções é a criação de espaços tecnológicos e de alta formação, vinculados à empregabilidade. Centros de inovação, universidades, startups e pólos gastronômicos poderiam ser incentivados a se instalar na área, trazendo novos profissionais e estudantes para dinamizar o local. A tecnologia e a educação de ponta são cruciais para atrair investimentos e gerar oportunidades, fazendo do Centro um polo moderno e relevante.

Outro ponto importante é a criação de corredores culturais e turísticos. O Rio de Janeiro possui um patrimônio cultural riquíssimo, com museus, teatros, bibliotecas e marcos históricos espalhados por toda a cidade. No entanto, esses equipamentos culturais muitas vezes não são aproveitados em seu pleno potencial. Um plano de revitalização deve incluir a criação de rotas turísticas bem definidas, que conectem esses pontos históricos e atraiam tanto turistas quanto moradores da cidade. O Theatro Municipal, a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes e tantos outros marcos podem ser integrados em uma experiência turística que valorize a história e a cultura carioca.

Além disso, o retorno da população ao Centro depende de questões básicas como segurança, iluminação e limpeza. A revitalização não acontecerá se as pessoas não se sentirem seguras para circular pela região. É necessário um plano de segurança pública que envolva policiamento eficaz, iluminação adequada e ações de embelezamento urbano. Esses fatores não só aumentam a sensação de segurança como também tornam o local mais agradável para se viver, trabalhar e visitar.

É importante também pensar no uso misto do espaço urbano, combinando áreas comerciais com moradias. No entanto, antes de transformar o Centro em uma área de moradia, é preciso torná-lo novamente atraente para circulação. Um ambiente que ofereça segurança, cultura, lazer e oportunidades de trabalho será naturalmente atrativo para novos moradores. A vitalidade do Centro depende, portanto, de uma abordagem integrada, que pense o espaço urbano de forma ampla e conectada.

A revitalização do Centro do Rio de Janeiro não é uma tarefa simples, mas é possível. Com planejamento, investimento e uma visão que valorize tanto o passado histórico quanto as oportunidades do futuro, o Centro pode voltar a ser o coração pulsante da nossa cidade. Trata-se de um desafio que exige uma ação coordenada entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil, para que o Rio de Janeiro recupere seu brilho e protagonismo no cenário nacional e internacional.

  • * Lilia Nunes é católica, ativista pro-vida e candidata a vereadora do Rio de Janeiro pelo PL

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3 COMENTÁRIOS

  1. Sem acertar conservação e ocupação de espaços, logística de transporte e pessoas e ordenamento de atividades produtivas e culturais, nada feito. Podem ter as ideias mais lindas, mas sem a junção da classe empresarial e política para “motorizar” essa reformatação do Centro, não irá andar. Claro que pode ser feito no modelo “soça” tirando dinheiro de políticas sociais para a torneira cultural como é hoje, acreditando que cultura subsidiada recupera degradação, mas é só observar muitas atividades no Centro sem ordenamento algum, muitas em espaços irregulares, sujos e insalubres. Dinheiro chama dinheiro, é só ter um bom projeto e não é necessário o Estado na execução, apenas como supervisor do setor privado.

  2. Novas linhas e estações metroviárias, como a linha 2 via Estácio, Catumbi, Praça da Cruz Vermelha, Carioca e Praça XV e a linha 5 Tom Jobim x Santos Dumont passando pelo Porto e Praça Mauá vão transformar a circulação todas áreas do Centro. A reativação da estação Leopoldina para trens interestaduais ou o Trem bala será crucial pra fechar o circuito com chave de ouro auxiliados por novas extenções do VLT para lá, São Cristóvão, CADEG, Grande Tijuca e Vila Isabel, e a extensão do BRT Transbrasil até a Candelária.

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