O bolo de iogurte que levou Alzira Ramos ao comando do império Vó Alzira

Desempregada e com dificuldades financeiras, Alzira precisa fazer dinheiro de forma imediata. No começo, titubeou. Sem alternativa, assou um bolo de iogurte. Começava a história da fábrica Vó Alzira

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Aos 76 anos, Alzira Ramos não pensa em aposentadoria - Edu Guedes - Divulgação e Exame

A necessidade, muitas vezes, é a parteira de grandes ideias e mudanças de vida, que levam a resultados que jamais poderíamos imaginar. A história da fábrica de bolos caseiros Vó Alzira une a necessidade à uma boa ideia misturadas pelas mãos de Midas. Aos 60 anos, desempregada e endividada, a carioca Alzira Ramos deu início a seu um negócio que, somente em 2023, faturou R$ 300 milhões.

Em meio às agruras da falta de perspectiva e boletos que não paravam de chegar, Alzira se viu obrigada a fazer alguma coisa que lhe desse ganho imediato. O ano era 2008, e a primeira alternativa foi assar um simples bolo de iogurte, que foi vendido a um vizinho. Alzira e família, então mergulhados em dificuldades financeiras, não sabiam que ali começavam a reescrever as suas histórias, adoçadas por um despretensioso bolo de iogurte.

“Eu resisti no começo, não queria vender bolos, achava que ninguém ia comprar”, disse a fundadora do império Vó Alzira, segundo a Exame.

Pontapé dado, a roda da fortuna fez a sua parte. Os bolos de Alzira caíram no gosto dos tijucanos, que começaram a encomendar os doces para degustá-los nas agradáveis tardes do tradicional bairro da Zona Norte da capital. “Cheguei a produzir 100 bolos dentro de casa, e o cheirinho se espalhava pelo bairro”, conta a empresária cujos bolos saíam dos fornos do seu modesto apartamento para a pequena loja de pipoca do marido e para um botequim na esquina do seu prédio.

Em poucos meses, a Tijuca ficou pequena e Alzira teve que abrir uma loja. A primeira unidade da Vó Alzira foi inaugurada no Centro do Rio. E mal sabia ela que viriam muitas pela frente! Os bolos sem recheio e cobertura comandavam as vendas para café da tarde entre os clientes, que em pouco tempo ganharam novos sabores, que acabaram atraindo cada vez mais público. “A nossa segunda loja começou com 15 funcionárias e 12 fornos. A produção de bolos mudou de patamar”, lembra a destemida Alzira.

Novos rumos chegaram às portas de Alzira Ramos que, em 2013, que adotou o modelo de franquias que resultou nos números atuais. A mudança levou à troca de comando, que passou a ser exercido pelo filho Alexandre Martins, executivo que conduziu a expansão da rede até 2023.

No ano passado entra em cena uma nova gestora: Tatiana Lanna, primeira pessoa de fora da família alçada à liderança do Grupo Z+, formado em 2021, com a aquisição da rede de café Grão Expresso.

À frente do negócio há pouco tempo, Lanna tem a grande missão de expandir ainda mais as unidades da marca, especialmente no interior de São Paulo. A projeção do grupo é de abrir 40 unidades na região até o final deste ano.

Dezesseis anos passados após a venda daquele bolo de iogurte, Alzira Ramos, hoje com 76 anos, não pensa em aposentadoria. “Quero ficar no balcão da loja até o fim dos meus dias. Gosto de me manter ativa e ter contato com os clientes”, diz, com a simplicidade de quem soube ser a senhora do seu próprio destino.

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