Agentes da Polícia Federal cumpriram, na última quinta-feira (19/09), um mandado de busca e apreensão no município de Cabo Frio, na Região dos Lagos, contra um homem suspeito de atuar como caçador profissional de micos-leões-dourados, responsável pelo fornecimento desses animais a um grupo que os transportava para o exterior.
Segundo informações, a ordem judicial foi expedida pela 2ª Vara Federal de Niterói, na região metropolitana do Rio. Durante as buscas, os policiais apreenderam armadilhas usadas na caça de micos.
A ação faz parte da Operação Cifra Dourada, que tem como objetivo desarticular um grupo especializado no tráfico nacional e internacional de animais silvestres da fauna brasileira ameaçados de extinção.
Em fevereiro de 2024, na Operação Akpé, a PF repatriou 17 micos-leões-dourados e 12 araras-azuis-de-lear, vítimas de tráfico internacional e estavam no Togo, país situado na África Ocidental. Os animais são endêmicos de áreas específicas do território brasileiro e estão ameaçados de extinção. Em agosto deste ano, no município de Porto Velho, foram apreendidos 11 animais silvestres, sendo oito micos-leões-dourados.
Em operação integrada entre a Polícia Federal, o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Associação Mico Leão Dourado, foi possível rastrear a origem geográfica de alguns dos animais apreendidos. Pelo menos sete dos animais encontrados tinham como origem geográfica o Parque Natural Municipal do Mico-Leão Dourado, em Cabo Frio.
Uma perícia criminal federal será realizada pela PF para estimar quais espécimes haviam sido retirados recentemente da natureza, quais ficaram em cativeiro por alguns meses e aqueles que já estavam em cativeiro há mais de um ano. Além disso, foi coletado material biológico dos animais para aprofundamento dos exames periciais. Serão usadas tanto metodologias tradicionais, como análise morfológica e sanitária dos espécimes, quanto análises isotópicas e genéticas.
O investigado foi preso em flagrante pelo crime de caça profissional de animais silvestres, por mantê-los em cativeiro de forma ilegal animais silvestres, por maus-tratos e pelo uso de anilha falsa. O suspeito ainda responderá pelos crimes de receptação qualificada e de perigo para a vida ou saúde de outrem.
