O Complexo Lagunar da Barra e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, registrou um evento inédito e animador para a biodiversidade local: a descoberta de dois ninhos de biguatinga (Anhinga anhinga), uma espécie aquática considerada vulnerável. Esta é a primeira vez que a construção de ninhos dessa ave é observada no estado. A descoberta, feita pela equipe do biólogo Mario Moscatelli no manguezal da Lagoa da Tijuca, representa um avanço significativo para a preservação ambiental na região.
A aparição da biguatinga no Complexo Lagunar foi favorecida pelas intervenções ambientais promovidas pela Iguá, concessionária responsável pelo saneamento de 19 bairros da Zona Oeste do Rio. Um dos projetos em destaque é a dragagem que, desde abril deste ano, está removendo quase mil piscinas olímpicas de sedimentos finos da Lagoa da Tijuca, melhorando a troca hídrica das lagoas com o mar. A concessionária também está realizando a recuperação das margens com o plantio de espécies nativas, com a meta de chegar a 240 mil mudas, das quais 60 mil devem ser plantadas em breve.
“Essas ações estão criando condições mais favoráveis para o retorno da fauna local”, explica Lucas Arrosti, diretor de Operações da Iguá Rio. Já o biólogo Mario Moscatelli destaca a importância da descoberta: “A presença da biguatinga é um prenúncio de que a recuperação ambiental irá fortalecer a biodiversidade no complexo, favorecendo espécies que dependem de um ambiente de alta qualidade para prosperar.”