Uma ilustração do personagem Mickey Mouse usando chinelo, com uma arma de fogo pendurada nas costas e um cigarro em uma das mãos. A arte criada por Raphael Brunet, de 36 anos de idade e cria da Penha Circular (com o perdão do trocadilho) está circulando aos montes pelo Rio de Janeiro e outras cidades mundo a fora.
O Rio de Janeiro é citado na imagem. A arte vem com o texto ‘Tu tá no Rio Não é Disney‘. Tudo começou em Olaria. “Eu fui gerente de um bar no período pós-pandemia, cenário de guerra. Era um lugar muito perigoso, nada que eu não estivesse acostumado, já que nasci na Zona Norte em um bairro que sempre foi perigoso. Esse bar começou a bombar com as ideias que eu tinha para usar no marketing. A minha primeira ideia foi lançar a frase ‘atividade, que Olaria não é Disney’, a galera abraçou muito essa frase“, disse Raphael.
A partir disso, o Mickey foi consequência. No dia 5 de maio de 2023, Raphael fez a arte para uma tatuagem. “Foi a primeira ilustração que fiz para que acabou viralizando e se tornando popular“.
O “Mickey Carioca” passou a fazer sucesso nas redes e a ser estampado nas blusas da marca @elfuegostudio, também criação de Raphael.
“Logo depois, resolvi criar uma galeria de arte itinerante chamada TU TÁ NO RJ. Tentando levar um pouco da cultura da rua, principalmente da periferia, para as outras bolhas sociais. O que tem dado muito certo“, conta o artista.
Recentemente, depois de uma exposição a galeria itinerante TU TÁ NO RJ virou baile. O evento aconteceu em Botafogo.
A @elfuegostudio já vendeu mais de 5 mil blusas com a estampa do Mickey Carioca. Fora as falsificações. A ideia de Raphael é lançar coleções internacionais e aproveitar o sucesso da imagem fora do Brasil. Como artista, ele quer levar a galeria TU TA NO RJ para uma próxima exposição na Europa, em 2025.
Raphael Brunet reflete sobre o Mickey Carioca estar sempre “na atividade”: “É fundamental que políticas públicas sejam pensadas e adaptadas à realidade local, para cada bairro do subúrbio, da Zona Norte, da Zona Oeste, da Baixada e das periferias. E que as vozes dos moradores sejam ouvidas, sejam reconhecidas e sejam legitimadas. O Mickey Carioca foge da romantização e é uma crítica à realidade hostil do estado do Rio de Janeiro, aos microcosmos sociais que cada região representa e às diferentes possibilidades que se apresentam em cada uma delas. De um lado do túnel, a vida real: confrontos armados, falta de efetividade na segurança pública, escolas fechadas pela violência, helicóptero nos acordando e sobrevoando nossas casas. Do outro lado, a Disney: praia, vista para o Cristo, o privilégio e o direito ao descanso, ao sonho e ao desfrute. À segurança. A ideia do Mickey nunca foi fomentar a violência e sim uma crítica à situação que vivemos hoje no Rio de Janeiro. Aqui até o Mickey tem que estar na atividade, afinal não moramos na Disney“.
Não acho bonito você fazer discurso social e de forma contraditória divulgar um desenho que, em última instância, romantiza a violência na cidade do Rio.
A situação do RJ não está para melhores mas o presidente eleito se preocupa mas com a guerra de Israel e Palestina do com nossa segurança. Detalhe que espere só a intimação do processo da Disney
Por favor me diz que isso é um episódio de South Park
Acho legal se vc considerar a idéia como uma brincadeira, como meme. Porém chamar isso de arte já é exagero.
Só mostra a decadência do Rio, a “glamourização” da pobreza e favelização da sociedade. O poder público adora esse tipo de coisa pois não precisa se esforçar para mudar o contexto social.
Só acho que ele deveria usar a versão do Mickey que está em Domínio Público. A Disney costuma ser bastante protetora quando o assunto é o seu principal mascote.
Fora isso, é o puro suco de RJ.