Rio de Janeiro fica em 19º lugar em ranking de potencial para economia criativa, revela pesquisa da ESPM

A pesquisa também revela pontos críticos para o Rio de Janeiro. Na avaliação sobre a educação básica pública, por exemplo, a cidade ocupou a última posição, com uma nota de 3,2, muito abaixo da líder Curitiba (4,9).

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Foto: Divulgação

A ESPM, uma das principais escolas de negócios do país, lançou nesta terça-feira (8) o Índice de Desenvolvimento Potencial da Economia Criativa (IDPEC), uma nova metodologia que mede o potencial das capitais brasileiras para impulsionar a economia por meio de negócios criativos. O lançamento faz parte da comemoração dos 50 anos da ESPM Rio e trouxe resultados que evidenciam uma colocação desafiadora para o Rio de Janeiro, que ficou em 19º lugar no ranking.

O estudo, desenvolvido pelo Mestrado Profissional em Economia Criativa, Estratégia e Inovação (MPECEI), utiliza dados dos últimos oito anos para avaliar as capitais em três dimensões principais: Capacidades Humanas, Atratividade e Conectividade Espacial, e Ambiente Cultural e Empreendedorismo Criativo. No topo do ranking, Florianópolis foi identificada como a cidade mais preparada para desenvolver negócios ligados à economia criativa, seguida por Vitória (ES) e Curitiba (PR). O Rio de Janeiro, por outro lado, ficou atrás de capitais como Goiânia, Palmas e Cuiabá, enquanto São Paulo apareceu em 4º lugar.

João Luiz de Figueiredo, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia Criativa da ESPM, acredita que o índice pode ser uma ferramenta essencial para o planejamento de políticas públicas nas capitais brasileiras, ajudando-as a se destacarem na economia criativa, que é vista como um motor de crescimento econômico em escala global. “O IDPEC oferece uma visão estratégica para o desenvolvimento de setores como moda, cinema, games e audiovisual, além de proporcionar insights sobre como preparar melhor as cidades para esse tipo de economia”, explica.

A pesquisa também revela pontos críticos para o Rio de Janeiro. Na avaliação sobre a educação básica pública, por exemplo, a cidade ocupou a última posição, com uma nota de 3,2, muito abaixo da líder Curitiba (4,9). No quesito Capacidades Humanas, que mede o percentual de pessoas com ensino superior, o Rio apresentou um desempenho melhor, ficando em quarto lugar, com 39,1%.

Outro ponto de destaque é a Atratividade e Conectividade Espacial, onde o Rio de Janeiro também enfrenta desafios. Enquanto Florianópolis lidera o ranking em conectividade digital e segurança urbana, o Rio ocupa posições menos favoráveis, refletindo problemas estruturais que impactam o potencial da cidade em atrair e sustentar negócios criativos.

Segundo a Unesco, a economia criativa gera uma renda anual de US$ 2,2 bilhões em todo o mundo, e no Brasil, um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o setor criará 1 milhão de novos empregos até 2030. Para que o Rio de Janeiro possa se posicionar melhor nesse cenário, investimentos em educação, infraestrutura digital e políticas culturais são fundamentais.

O IDPEC avaliou 26 capitais e o Distrito Federal, utilizando o método min-max, que compara as cidades em uma escala de 0 a 1. A seguir, a lista com as dez capitais mais preparadas para o crescimento com base em negócios criativos:

IDPEC 2023 – Top 10 Capitais

  1. Florianópolis (SC) – 0,91
  2. Vitória (ES) – 0,83
  3. Curitiba (PR) – 0,76
  4. São Paulo (SP) – 0,72
  5. Brasília (DF) – 0,71
  6. Palmas (TO) – 0,66
  7. Goiânia (GO) – 0,66
  8. Belo Horizonte (MG) – 0,62
  9. Porto Alegre (RS) – 0,61
  10. Cuiabá (MT) – 0,60

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Renata Granchi
Renata Granchi é jornalista e publicitária com mestrado em psicologia. Passou pela TV Manchete, TV Globo, Record TV, TV Escola e Jornal do Brasil. Escreveu dois livros didáticos e atualmente é diretora do Diário do Rio. Em paralelo, presta consultoria em comunicação e marketing para empresas do trade.

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