Hoje, 15 de outubro, é celebrado em todo o Brasil o Dia dos Professores, também chamados por alguns de “mestres”. A origem das palavras revela a profundidade desses termos. Segundo o Dicionário Houaiss, “mestre” é definido como “aquele que manda, dirige, guia ou ensina”. Já “professor” é descrito como “aquele que se dedica a ensinar, declarar, manifestar e transmitir conhecimento”.
Essas definições nos convidam a refletir sobre os papéis fundamentais que essas figuras desempenham em nossas vidas. Professores marcam nossa trajetória, e muitos de nós guardamos lembranças de mestres que não apenas ensinaram conteúdos acadêmicos, mas também nos acolheram com sabedoria, transmitindo lições de vida. Foram mais que professores; foram verdadeiros mestres. É a eles que devemos nossa formação como cidadãos.
No entanto, hoje gostaria de focar no conceito de mestre além da sala de aula. Nem todo professor é um mestre, e nem todo mestre precisa ser formalmente um professor. Qualquer pessoa pode se tornar um mestre, seja ensinando os outros ou a si mesmo.
Quem é o seu mestre?
Você tem alguém que o inspira, orienta e guia? Alguém que consulta em momentos de dúvida ou desafio? A tradição Sufi nos oferece uma história rica em significado:
Um discípulo perguntou a Nasrudin: — Como você se tornou um mestre espiritual?
Nasrudin respondeu: — Todos já sabemos o que precisamos fazer, mas não aceitamos. Para compreender isso, precisei passar por uma situação curiosa. Certo dia, estava sentado à beira da estrada quando um homem se aproximou. Para afastá-lo, fiz um gesto, e ele o repetiu. Fiz outro gesto, e ele imitou, acrescentando um novo movimento. Nós começamos a cantar e realizar vários exercícios. Algumas semanas depois, perguntei: — O que devo fazer a seguir, mestre? E o homem respondeu: — Mas eu pensei que você fosse o mestre!
Muitas vezes acreditamos que nossos mestres estão fora de nós. No entanto, quem, além de nós mesmos, poderia conhecer melhor nossos caminhos?
Acredito na importância de mestres externos para guiar em momentos de incerteza, mas defendo, acima de tudo, o autoconhecimento. Ele nos permite desenvolver a sabedoria necessária para sermos nossos próprios mestres, discernindo o que é melhor para nossas vidas.
Buscar mestres externos pode ser enriquecedor, mas é essencial que essa busca seja acompanhada por uma profunda reflexão sobre si mesmo. Um verdadeiro mestre não aprisiona; ele liberta, levando-nos ao encontro de nossa própria sabedoria interior.
E você, discípulo? Tem sido o mestre de si mesmo?
