Os últimos episódios de violência envolvendo coletivos na capital fluminense evidenciam um rotina de violência enfrentada por passageiros, especialmente por condutores, que, muitas vezes, se afastam do trabalho devido a transtornos desenvolvidos ou medo de novas ocorrências. Entre 2022 e o fim do ano passado, mais de 230 profissionais pediram afastamento das empresas por causa da violência, segundo Sebastião José, presidente do Sindicato dos Rodoviários.
De acordo com o representante dos rodoviários, a insegurança diária, manifestada em assaltos frequentes, está empurrando os motoristas de ônibus para fora do mercado de rodoviário. Como se não bastasse o assombro causado por este tipo de delito, os condutores agora têm que conviver com sequestros de ônibus por bandidos para serem usados como barricadas.
“Além do fator segurança, o profissional é atingido principalmente no lado psicológico, já que o nível de insegurança é tão grande que está afetando não só o rodoviário, como também seus familiares”, observou Sebastião José, segundo a Tupi.
Na Zona Oeste do Rio, a disputa por territórios entre facções criminosas fez da vida de moradores e trabalhadores um inferno. Nesta quarta-feira (16), nove coletivos foram sequestrados por bandidos durante uma operação do Bope, na região da Muzema e Tijuquinha. As ações deixaram os motoristas amedrontados.
Assim como condutores de ônibus, moradores da região também estão muito assustados e temem novos tiroteios. Segundo a Tupi, a população de Rio das Pedras antevê o perigo de circular à noite devido à tentativa de invasão de grupos rivais.
Um levantamento realizado pela Rio Ônibus mostrou que, nos últimos dois anos, os ataques aos coletivos da cidade geraram um prejuízo de R$ 70 milhões.
As ocorrências envolvem vandalismo, incêndios e sequestros de ônibus para serem usados como barricadas.