Empresários e comerciantes da Rua da Ajuda, no Centro do Rio, têm enfrentado dificuldades devido à presença de manifestantes que ocupam parte da rua e das calçadas de acesso ao Edifício Lúcio Costa, conhecido como “Alerjão”. Com barracas, placas, cadeiras e papelões, os manifestantes, que promovem uma verdadeira algazarra na Região Central do Rio, reivindicam uma nova convocação do concurso da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) de 2012 estão há alguns meses instalados na rua, causando transtornos significativos.
A controvérsia que levou os manifestantes à Rua da Ajuda envolve a anulação de três questões da prova de história do concurso da Seap de 2012, o que resultou em 444 candidatos entrando na Justiça. Apesar de o governador Cláudio Castro (PL) ter convocado 227 aprovados no concurso há dois meses — 202 homens e 25 mulheres que passaram a integrar os quadros do órgão como inspetores de segurança e administração penitenciária — os manifestantes continuam exigindo novas convocações.
Os manifestantes exibem cartazes com frases como “Faça a nossa convocação valer a lei sancionada pelo senhor. Queremos novas convocações para Seap 2012” e “Para que abrir concurso se o último da Seap 2012 ainda está na validade e com candidatos aptos?”. Eles argumentam que, apesar das convocações recentes, muitos candidatos aprovados ainda aguardam serem chamados.
Atualmente, restam ainda duas barracas, mas os comerciantes e empresários ainda enfrentam os impactos da ocupação prolongada e esperam por uma resolução definitiva. “A situação tem causado sérios prejuízos para proprietários de imóveis da região, que é uma das mais procuradas, pela sua proximidade com o metrô da Carioca, porém, a situação tem assustado muito os pedestres e o os frequentadores dos edifícios. Já houve inquilinos que entregaram seus imóveis devido a essa absurda situação que ninguém da fim. Uma verdadeira favela se forma, sem solução há mais de um mês” declara Adriano Nascimento, da administradora Sérgio Castro Imóveis, responsável pela administração de um edifício nas proximidades.
Procurada, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária afirmou que a questão já foi pacificada pela Justiça, mencionando um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e outros órgãos, que já foi cumprido. A Alerj não respondeu aos e-mails enviados pela reportagem, enquanto a Secretaria de Ordem Pública pediu fotos para averiguar a desordem, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.