A Cedae informou que o sistema de produção de água do Ribeirão das Lajes será retirado de operação nesta sexta-feira (22 de novembro), entre as 7h e 17h, para a realização de manutenção preventiva solicitada pela concessionária Light.
A paralisação faz parte da segunda etapa da manutenção anual do Complexo Hidrelétrico de Lajes, que inclui inspeções na represa utilizada tanto para a geração de energia quanto para a captação de água destinada ao tratamento.
Impacto nos serviços
A Cedae orienta que a população use a água de forma consciente durante o período da interrupção e informa que a produção será retomada logo após a conclusão das atividades da Light.
Estação de Tratamento de Água (ETA) Ribeirão das Lajes
A Estação de Tratamento de Água (ETA) Ribeirão das Lajes, inaugurada em 1949, foi construída para suprir o abastecimento de água do Rio de Janeiro durante uma severa estiagem. A represa de Lajes, que abastece a ETA, recebe águas dos rios Piraí, Pires, da Prata e Machado, integrando a bacia do Rio Guandu. Com uma área de 338,8 km², a represa é mais de oito vezes maior que a Floresta da Tijuca e é protegida pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA). A ETA Ribeirão das Lajes abastece até 1,8 milhão de habitantes nos municípios de Itaguaí, Japeri, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados e parte do Rio de Janeiro, com uma vazão média de 5.100 litros por segundo.
O sistema de captação é realizado a jusante do reservatório de Lajes, após o turbinamento da Usina Hidrelétrica de Fontes Nova. A captação é feita em um canal retangular de 2,00 m x 2,75 m e extensão de 1.313 m, conhecido como calha da CEDAE. As águas provêm dos rios Lajes, Pires, Bálsamo, Ponte de Zinco, Passa Vinte, da Prata e Palmeiras. A água do Rio Piraí chega por um túnel de 8.430 metros que atravessa a Serra dos Cristais. O sistema entrou em operação em 1940 com a conclusão da primeira adutora, e em 1949, a segunda adutora garantiu o abastecimento contínuo do então Distrito Federal. A água é conduzida por duas adutoras de 1.750 mm em concreto armado até o Reservatório do Pedregulho, em São Cristóvão.
Em outubro de 2024, a operação do sistema Ribeirão das Lajes foi paralisada para manutenção preventiva no Complexo Hidrelétrico de Lajes, realizada pela Light. Durante essa interrupção, a concessionária Águas do Rio instalou 20 equipamentos estratégicos em tubulações de grande porte na capital e na Baixada Fluminense, visando melhorar o abastecimento e reduzir perdas no sistema.
A ETA Ribeirão das Lajes desempenha um papel crucial no abastecimento de água da região metropolitana do Rio de Janeiro, complementando o sistema Guandu e garantindo a segurança hídrica para milhões de habitantes.
A Estação de Tratamento de Água (ETA) Ribeirão das Lajes abastece aproximadamente 1,8 milhão de habitantes nos seguintes municípios:
- Itaguaí
- Japeri
- Nova Iguaçu
- Paracambi
- Queimados
- Benfica
- Bonsucesso
- Caju
- Del Castilho
- Engenho da Rainha
- Higienópolis
- Inhaúma
- Jacaré
- Jacarezinho
- Manguinhos
- Maré
- Olaria
- Penha
- Penha Circular
- Pilares
- Ramos
- Riachuelo
- Rocha
- Rocha Miranda
- Sampaio
- São Francisco Xavier
- Tomás Coelho
- Turiaçu
- Vicente de Carvalho
- Vila da Penha
- Vila Kosmos
- Bangu
- Deodoro
- Gericinó
- Padre Miguel
- Realengo
- Vila Kennedy
- Vila Militar
- Centro
- Cidade Nova
- Gamboa
- Santo Cristo
- Saúde
- Catete
- Flamengo
- Glória
- Laranjeiras
À Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae):
Venho manifestar minha preocupação quanto à qualidade da água distribuída às cidades atendidas pela Estação de Tratamento de Água (ETA) Ribeirão das Lajes. Apesar de sua importância no abastecimento de municípios como Itaguaí, Japeri, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados e partes do Rio de Janeiro, a água que chega à população frequentemente apresenta uma qualidade muito aquém do aceitável.
Em Seropédica, por exemplo, é comum recebermos água com coloração marrom, semelhante à cor de café, frequentemente acompanhada de limo, terra e até detritos. Essa situação compromete o uso doméstico, representa um risco à saúde pública e evidencia possíveis falhas nos procedimentos de tratamento adotados pela ETA.
Considerando que a ETA Ribeirão das Lajes foi inaugurada em 1949, pergunto:
1. A estação possui condições estruturais e tecnológicas suficientes para realizar um tratamento adequado da água, de acordo com os padrões exigidos pela legislação atual?
2. Há evidências de modernizações recentes ou previstas para melhorar a eficiência do tratamento, especialmente no que diz respeito à remoção de sedimentos e materiais orgânicos?
3. Quais são as ações realizadas para evitar que água contaminada, como a que chega frequentemente em Seropédica, seja distribuída à população?
4. Os indicadores de qualidade da água, que deveriam comprovar a eficiência do tratamento, estão disponíveis para consulta pública?
A situação atual é insustentável e prejudica a vida de milhares de moradores das cidades abastecidas por essa estação. Solicitamos esclarecimentos e ações concretas para garantir que a água fornecida seja realmente tratada e de qualidade compatível com as necessidades da população.
Atenciosamente,
Rogério de Oliveira