Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira, 20 de novembro, o MetrôRio lança a campanha “Valorizar a cultura africana é uma parada de respeito”, criada pela agência Made. A ação visa destacar a riqueza da cultura afro-brasileira por meio de uma série de iniciativas no sistema metroviário, com destaque para uma exposição artística na estação Botafogo. A campanha também propõe reflexões sobre as origens culturais brasileiras como forma de construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
A principal atração é a instalação do Projeto NegroMuro, que ocupa mais de 20 metros no corredor do acesso E (Mena Barreto), na estação Botafogo. A exposição apresenta murais que retratam importantes figuras negras das artes e da literatura, homenageando aqueles que marcaram a história e deixaram legados culturais significativos.
Projeto NegroMuro: memória e resistência cultural
O NegroMuro é idealizado pelo produtor e pesquisador Pedro Rajão e pelo muralista Cazé, que juntos transformaram o projeto em um movimento de memória negra no Brasil. De acordo com os idealizadores, o objetivo é promover diálogos sobre identidade e resistência cultural, além de celebrar a contribuição da população negra à história brasileira.
“O NegroMuro vai além da arte urbana; ele busca resgatar e destacar a memória de personalidades negras que muitas vezes são esquecidas nas narrativas tradicionais”, explicou Pedro Rajão. O projeto começou no Rio de Janeiro e expandiu-se para diferentes plataformas, incluindo séries de televisão, livros didáticos, palestras e trabalhos em salas de aula. Também ganhou visibilidade internacional, com exibições em países como Portugal, França, Inglaterra e Alemanha.
Ao longo de cinco anos, o NegroMuro já produziu mais de 60 murais. Recentemente, o projeto foi incorporado ao site da RioTour, ampliando seu alcance e atraindo a atenção de turistas que visitam a cidade.
Homenagens na estação Botafogo
A mostra na estação Botafogo celebra ícones negros como Pixinguinha, Alcione, Ruth de Souza, Machado de Assis, Waldemar Santana, Moacir Santos, Martinho da Vila, Luiz Melodia, Luiz Gonzaga, Luiz Gama, Juliano Moreira, Paulinho da Viola e Beatriz Nascimento. Cada obra retrata a contribuição desses artistas e intelectuais, convidando os passageiros a refletirem sobre a importância de suas histórias.
“A instalação permite que as pessoas conheçam e reconheçam as contribuições negras de uma maneira visual e impactante. É uma forma de trazer a cultura para o cotidiano do carioca”, destacou Cazé, co-realizador do projeto.
