Doze anos após a demolição do antigo Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), o imenso terreno aos fundos do Instituto Nacional do Câncer (INCA), na Praça da Cruz Vermelha, finalmente terá seu projeto inicial fora do papel. O lote, de mais de 14 mil metros quadrados, fica compreendido entre a Avenida Henrique Valadares e a Rua Washington Luiz e foi cedido pelo estado à União há décadas.
Demolido em 2012, o antigo Hospital do Iaserj deveria dar lugar a um novo complexo do INCA, com o objetivo de concentrar as atividades de 18 unidades do instituto na cidade. O projeto inicial previa um investimento de R$ 500 milhões para a construção do novo prédio. No entanto, o local permaneceu subutilizado por mais de uma década, transformando-se em um terreno baldio — utilizado como estacionamento nos últimos anos — o que contribuiu para a degradação e insegurança da área, já afetada pela presença de moradores de rua e usuários de drogas.
A recente notícia traz alívio e esperança para a população. O INCA receberá um investimento estimado em R$ 1,1 bilhão para dar continuidade ao projeto “INCA do Futuro”, reunindo todas as unidades de saúde e pesquisa do instituto, atualmente dispersas em prédios localizados em Vila Isabel, Santo Cristo e no Centro do Rio. O financiamento, que incluirá a construção de três novos prédios anexos e a reforma do prédio existente, será viabilizado por meio de um contrato assinado entre o Ministério da Saúde, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a direção do INCA.
O novo complexo permitirá a ampliação da oferta de serviços do INCA, com a disponibilização de mais equipamentos de radioterapia, leitos de internação, leitos de CTI/Semi-Intensiva, salas cirúrgicas e poltronas de quimioterapia. Segundo João Viola, diretor em exercício do INCA, o novo campus facilitará o atendimento à população e promoverá uma economia significativa ao unificar a infraestrutura atualmente dispersa em diversos endereços.
“A gente vai trazer para um endereço só. Isso vai facilitar muito, além de trazer uma economia. E tenho certeza de que a gente vai entregar para a população brasileira um grande projeto, em várias áreas, que vai realmente mudar o nível do trabalho que a gente faz. Antes de tudo, é um projeto para a população brasileira mais carente, que mais precisa da saúde pública” afirmou João Viola.
O novo complexo concentrará áreas de alta complexidade no tratamento do câncer, pesquisa, ensino, prevenção e gestão.