Uma megaoperação realizada nesta segunda-feira (25/11) pela concessionária Light, com apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, identificou fraudes em 128 estabelecimentos na região de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ação contou com cerca de 400 colaboradores, entre técnicos de campo, eletricistas, supervisores e engenheiros, além do suporte da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), da 35ª Delegacia de Polícia e do 40º Batalhão da Polícia Militar. Durante as operações, onze pessoas foram conduzidas à delegacia, sendo nove presas em flagrante.
Os estabelecimentos flagrados incluem marmorarias, gráficas, padarias, mercados e restaurantes. Além de identificar as irregularidades, a concessionária montou uma estrutura de atendimento comercial na Praça Faisão, localizada na Rua Cardeal, em Campo Grande. No local, os moradores podem solicitar serviços como atualização cadastral, troca de titularidade e parcelamento de débitos.
Riscos e impacto no fornecimento de energia
O furto de energia, popularmente conhecido como “gato”, é crime previsto no artigo 155 do Código Penal, com pena de até oito anos de prisão. Além de causar prejuízos financeiros significativos à concessionária e à sociedade, a prática traz riscos diretos, como acidentes e incêndios, e impacta a qualidade do fornecimento de energia.
No verão, os efeitos desses furtos são mais evidentes. O aumento do consumo energético em locais com altas taxas de ligações clandestinas sobrecarrega os transformadores, que são projetados para atender apenas os clientes cadastrados, resultando em interrupções frequentes no fornecimento.
Desafios e resultados no combate às fraudes
A Light, que atua em 31 municípios do estado do Rio de Janeiro, enfrenta índices de furto de energia muito acima da média nacional, agravados por desafios estruturais históricos. Somente nos primeiros oito meses de 2024, a empresa regularizou cerca de 2,4 mil ligações clandestinas e normalizou 121,5 mil instalações irregulares em residências e comércios, recuperando 148 gigawatts/hora (GWh) de energia – suficiente para abastecer 61 mil residências por um ano.
Apesar das ações constantes, a concessionária ainda sofre um prejuízo anual estimado em R$ 800 milhões devido a essas fraudes. De acordo com a Light, para cada 100 clientes regulares, 35 furtam energia, demonstrando a escala do problema. Durante 2023, mais de 610 mil locais foram inspecionados como parte do esforço para combater os “gatos”.