A palavra “verdade”, derivada do latim veritas, significa algo que existe, a propriedade de estar em conformidade com a realidade ou os fatos. Ela é, por definição, o oposto da falsidade. Mas seria possível que existam diferentes verdades para um mesmo tema?
É comum ouvirmos frases como: “A minha verdade é diferente da sua.” Mas será que a verdade depende de percepções individuais? Afinal, a verdade se refere a algo objetivo, um fato que independe de opiniões. A filósofa Lúcia Helena Galvão afirma que a verdade não é relativa; ela não é fruto da subjetividade humana. O que muitas vezes ocorre é que opiniões são confundidas com verdades.
Uma informação pode ser apresentada com inúmeras interpretações, mas isso não transforma cada opinião em uma verdade distinta. Existe uma única verdade, ainda que cercada por diversas perspectivas. Essa confusão, quando não identificada, abre espaço para que a mentira se infiltre em nossa comunicação e, eventualmente, em nossas vidas. Ao viver na mentira, tornamo-nos prisioneiros de ilusões, o que pode levar a uma existência superficial, sem propósito ou sentido.
É crucial reconhecer que a verdade não apenas existe, mas possui um valor inestimável. Cultivar a verdade em nossas ações, escolhas e relacionamentos deveria ser um hábito tão essencial quanto qualquer prática diária de autocuidado.
O filósofo Platão afirmava: “Se não há amor à verdade, não há diálogo entre as pessoas.” Quando cada indivíduo defende apenas suas próprias opiniões e interesses, o diálogo se fragmenta. A busca pela verdade deveria ser um esforço comum, capaz de unir, e não de separar. Afinal, a verdade é única, ainda que às vezes difícil de discernir.
O caminho do autoconhecimento
Buscar a verdade é também buscar a si mesmo. Essa jornada nos conduz a descobrir nossa identidade, nossas virtudes, habilidades e até nossas fragilidades. É um mergulho profundo no autoconhecimento. Renato Russo resumiu bem essa ideia ao dizer: “Mentir para si mesmo é sempre a pior mentira.”
Fugir da verdade, seja para evitar a dor ou manter aparências, não transforma uma ilusão em realidade. Apenas perpetua mentiras e nos afasta do que realmente importa.
Então, a pergunta que fica é: qual tem sido a sua escolha? Verdade ou mentira? Realidade ou ilusão?
O convite é claro: ouse encarar a verdade — sobre o mundo e sobre você mesmo. Afinal, como Platão e Renato Russo nos ensinaram, só ela pode nos libertar.