Petrópolis investirá R$ 1,4 milhão para transformar ‘Casa da Morte’ em memorial contra a ditadura

A “Casa da Morte” foi um dos principais centros clandestinos de tortura e assassinato durante a ditadura militar brasileira (1964-1985)

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Foto: Reprodução

A Prefeitura de Petrópolis, através da Procuradoria Geral do Município, oficializou o depósito judicial de R$ 1,4 milhão destinado pelo Governo Federal, via Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. O montante será utilizado para a desapropriação da “Casa da Morte”, localizada no bairro Caxambu (área central da cidade), convertendo a construção em um Memorial de Liberdade, Verdade e Justiça.

A “Casa da Morte” foi um dos principais centros clandestinos de tortura e assassinato durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). A decisão de transformar o local em um memorial surge após anos de negociações intensas entre a prefeitura e o Governo Federal, especialmente desde janeiro deste ano, impulsionadas pela Secretaria de Governo junto ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

A transformação do espaço é fruto de uma longa batalha que contou com depoimentos de vítimas do regime militar, confirmando seu uso como local de tortura e execução de militantes políticos. Uma sobrevivente emblemática desse período é Inês Etienne Romeu, que foi mantida prisioneira na casa por mais de três meses. Inês, que morreu em 2015, é um símbolo da resistência contra a opressão militar.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), celebrou a conquista: “A parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania para viabilizar este recurso é uma vitória histórica, fruto de mais de uma década de esforços conjuntos da Prefeitura, do Ministério Público Federal e de diversas entidades da sociedade civil.”

Com o recurso federal depositado judicialmente, a Prefeitura de Petrópolis aguarda agora a emissão de posse do imóvel pela Justiça para iniciar a criação do memorial. O secretário de Governo, Marcus São Thiago, destacou a importância deste projeto para a cidade e para o país: “Estamos prestes a criar um espaço de preservação da memória histórica, vital para as gerações presentes e futuras. Este memorial será um lembrete permanente da importância das liberdades individuais e coletivas, e uma ferramenta crucial para garantir que atrocidades como as da ditadura militar nunca mais se repitam.”

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