Fechada desde 2019, a emergência do Hospital Federal de Bonsucesso será reaberta ainda neste mês de janeiro, de acordo com o Ministério da Saúde. O secretário-adjunto da Atenção Especializada, Nilton Pereira Júnior, afirmou que boa parte do setor elétrico já foi substituída e que ao menos mil funcionários já foram contratados para atuar na instituição. Outros 1,2 mil devem chegar nas próximas semanas, à medida que os contratos forem sendo assinados. A declaração foi dada na Rádio CBN.
A emergência do hospital já não funciona há praticamente seis anos. Entre os problemas, há falta de profissionais para atendimento e danos graves na parte elétrica do hospital, que impedem que equipamentos importantes para o funcionamento de um leito operem.
A reabertura deve ocorrer após a mudança da administração do hospital, que passou a ser gerido pelo Grupo Hospitalar Conceição. A organização assumiu a função no dia 19 de outubro e teria prazo inicial de 90 dias para reabrir a emergência, que termina no próximo dia 17. No entanto, segundo Nilton Júnior, esse prazo se estendeu por mais alguns dias porque o grupo foi impedido de assumir na primeira semana, em meio ao processo de servidores.
“Está dentro do cronograma, não exatamente o dia 17, porque inclusive você se lembra bem, nós não entramos no hospital no dia que nós gostaríamos de ter entrado, ficamos lá e eu estava lá presencialmente, aguardando a decisão judicial. Impediram a entrada do Ministério da Saúde durante uma semana, mas o cronograma dos 90 dias será cumprido até o final do mês de janeiro. Nós teremos a emergência reaberta e gradativamente nós abriremos um conjunto importante de leitos clínicos e de UTI já agora a partir do mês de janeiro“, afirmou em entrevista na CBN.
Segundo Nilton, já foram adquiridos equipamentos e insumos para reabertura de quase 300 leitos, que deverão possibilitar a integração total do Bonsucesso. O secretário-adjunto afirmou que o Grupo Conceição encontrou uma situação mais desafiadora do que o esperado.
“Ao chegar no hospital, nós constatamos que só havia um grupo gerador. Um gerador para dar conta de toda a estrutura de um dos blocos hospitalares do hospital. Os engenheiros do grupo hospitalar já chegaram lá no primeiro dia que nós entramos, no sábado, e já fizemos a contratação emergencial. Então, hoje nós temos seis grupos geradores. Não temos mais risco energético com relação à falta de energia. É necessário fazer uma troca de toda a rede elétrica de todos os blocos. A informação que nós tínhamos anteriormente, que havia só a necessidade de um bloco, e, na verdade, a gente precisa trocar a rede de todos os blocos assistenciais. Todo o bloco 1 já está com nova estrutura elétrica, e os blocos subsequentes também já estão em fase de substituição“, pontua.
Além de Bonsucesso, o Rio possui mais cinco hospitais federais: Lagoa, Ipanema, Cardoso Fontes, Andaraí e o Hospital Federal dos Servidores do Estado.
No caso dos hospitais do Andaraí e Cardoso Fontes, a prefeitura assumiu a gestão das duas unidades, que agora são municipalizadas. Os investimentos ao longo deste ano devem permitir o funcionamento de 700 leitos no total nas duas instituições, um incremento de mais de 400 leitos. A previsão é reabrir as emergências ainda este mês, de acordo com o secretário Daniel Soranz.
Para o Hospital Federal dos Servidores, um Acordo de Cooperação Técnica será assinado em março entre a unidade, a UniRio e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A proposta é que haja uma integração do Hospital Universitário Gaffrée com o Hospital dos Servidores. A iniciativa deve gerar um novo hospital universitário para a UniRio com mais de 500 leitos, qualificando a assistência, a pesquisa e o ensino, e se tornando um dos maiores hospitais universitários do Brasil.
No caso do Hospital Federal da Lagoa, há uma proposta em andamento com a Fiocruz para integração do Instituto Fernandes Figueira com a unidade. O Hospital de Ipanema ainda está com ações em construção para modernização e melhorias nos próximos meses.
