A Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante, a mais antiga do estado fora da capital, foi oficialmente tombada pelo município, em uma iniciativa sancionada pelo prefeito Capitão Nelson (PL). O tombamento abrange a fachada, o retábulo do século XVIII e imagens históricas de São Francisco de Paula e Nossa Senhora do Ó (século XVII) e São Gonçalo de Amarante (século XVIII).
O projeto, proposto pelo vereador Alexandre Gomes, busca preservar a relevância cultural e histórica do monumento, além de viabilizar recursos estaduais e nacionais para futuras restaurações. Em junho do ano passado, a igreja enfrentou uma grave infestação de cupins, que causou o desabamento parcial do retábulo momentos antes de uma missa, destacando a urgência da preservação.
Nos últimos dez anos, a paróquia recebeu mais de R$ 6 milhões em obras de restauração, todas financiadas pela comunidade paroquial. O padre André Luis, que acompanha o processo, celebrou o tombamento como um marco histórico: “Com esse ato, o poder Executivo e Legislativo de São Gonçalo preenchem uma lacuna que estava aberta há mais de oito décadas e certifica o reconhecimento da paróquia como patrimônio arquitetônico, cultural e histórico, uma identidade e símbolo do município.”
A mais antiga do estado fora da capital
A construção da Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante tem data imprecisa, mas remonta a 1579, quando Gonçalo Gonçalves recebeu a sesmaria entre o rio São Lourenço e a atual Praia das Pedrinhas. Ele ordenou a construção de uma capela em homenagem a São Gonçalo do Amarante, padroeiro de sua cidade natal em Portugal. No século seguinte, a capela foi elevada à categoria de paróquia em 1643, recebendo seu primeiro vigário, Padre Antônio da Rocha, quatro anos depois.