Com infestação de cupins, retábulo do século 18 cai em altar de igreja de São Gonçalo

Segundo o padre da Matriz de São Gonçalo do Amarante, a igreja nunca recebeu ajuda externa para custear reformas

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Foto: Reprodução

Uma infestação de cupins ameaça destruir o histórico retábulo do século 18 da Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante, localizada no bairro Zé Garoto, em São Gonçalo. Na última sexta-feira (31/05), parte da obra desabou momentos antes do início da missa, por volta das 18h30. Imagens de câmeras de segurança capturaram o exato momento da queda no altar. Felizmente, ninguém ficou ferido.

O padre André Luis Siqueira, em comunicado à comunidade paroquial, revelou a gravidade da situação. “O retábulo principal pode ser totalmente retirado devido à infestação de cupins”, lamentou. Vale ressaltar que na década de 1970, as laterais do retábulo já haviam sido substituídas por concreto, ferro e azulejos devido a um ataque anterior de cupins. A paróquia, que é a mais antiga do estado fora da capital, nunca recebeu auxílio externo para a manutenção e restauração da igreja e suas obras de arte.

Nesta segunda-feira (03/06), a paróquia, com o auxílio do restaurador Weissmar Robertson, especialista em arte sacra, retirou mais três colunas e imagens religiosas que apresentavam risco iminente de queda. “Esse processo é crucial para a segurança dos fiéis e frequentadores da paróquia”, ressaltou Weissmar.

Vídeo: Divulgação

Problema Recorrente

Uma belíssima pintura da Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante

A infestação de cupins em estruturas internas de igrejas centenárias é um problema recorrente, especialmente nas mais antigas da capital fluminense e de outras partes do estado. Essas igrejas, muitas vezes, abrigam obras de arte sacra de valor inestimável, que são particularmente vulneráveis a danos causados por cupins.

A construção da Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante tem data imprecisa, mas remonta a 1579, quando Gonçalo Gonçalves recebeu a sesmaria entre o rio São Lourenço e a atual Praia das Pedrinhas. Ele ordenou a construção de uma capela em homenagem a São Gonçalo do Amarante, padroeiro de sua cidade natal em Portugal. No século seguinte, a capela foi elevada à categoria de paróquia em 1643, recebendo seu primeiro vigário, Padre Antônio da Rocha, quatro anos depois.

Originalmente em estilo barroco, a igreja passou por várias reformas e hoje exibe um estilo neoclássico. Além das intervenções emergenciais no retábulo, a igreja está passando por reformas estruturais externas para garantir a preservação do edifício histórico.

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