Nos últimos dias, foi noticiado que o Zoológico do Rio de Janeiro, localizado na Quinta da Boa Vista, seria fechado. Uma noticia triste, mas que, de acordo com as autoridades competentes, se fez necessária. Contudo, a Quinta da Boa Vista é bem mais que o zoológico. Esse espaço tem muita história para ser contada.
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Durante os séculos XVI e XVII, a região onde hoje está a Quinta da Boa Vista era uma fazenda de Jesuítas. No ano 1759, os religiosos foram retirados do lugar e a área passou a ser ocupada por alguns fazendeiros.
Os anos correram e um só homem passou a tomar conta de todo espaço que hoje comporta a Quinta da Boa Vista: o comerciante português Elias Antônio Lopes. A presença de Elias no lugar inspirou o atual nome:
“No ano 1803, Elias ergueu um casarão sobre uma colina, da qual se tinha uma boa vista da baía de Guanabara. Isso deu origem ao nome ‘Quinta da Boa Vista’” indica o site de pesquisa O Rio de Janeiro de Antigamente.
Em 1808, a Família Real chegou ao Brasil e não haviam muitos espaços residenciais no Rio de Janeiro para abrigar a Corte. Por isso, Elias doou sua propriedade ao Príncipe-Regente D. João, que decidiu transformá-la em Residência Real.
Com a independência do Brasil, durante o Império, o Paço Imperial passou a ser a residência oficial do governo Brasileiro. No entanto, a Quinta da Boa Vista continuou sob a posse de quem governava o país e seguiu “gerando” poder.
“O imperador Dom Pedro II foi criado e educado na Quinta da Boa Vista. Quando chegou ao poder, ele tratou de promover uma reforma nos jardins da Quinta. Algumas das alterações feitas por ele, ainda que com algumas mudanças, permanecem lá até hoje em dia” diz o historiador Maurício Santos.
Nem mesmo a chegada da República tirou da Quinta da Boa Vista o status de espaço com vocação para o poder. O lugar foi sede dos trabalhos da Assembleia Nacional responsável pela Constituição Brasileira de 1891.
No ano seguinte, em 1892, o então diretor do Museu Nacional, Ladislau Neto, conseguiu que a instituição fosse transferida do Campo de Santana para o Palácio da Quinta da Boa Vista. Isso se deu porque temiam que os republicanos quisessem se livrar de símbolos imperiais. Na Quinta, esses objetos históricos estariam salvos.
O Museu Nacional se encontra na Quinta da Boa Vista até os dias de hoje. Em 1946, o Museu passou a ser administrado pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Atualmente, o parque da Quinta da Boa Vista possui uma área de 155 mil metros quadrados, ajardinada em 1869, segundo projeto do paisagista francês Auguste Glaziou a mando de D. Pedro II.