
A Prefeitura de Araruama, cidade de Região dos Lagos liderada por Daniela Soares, divulgou em seu site o cronograma de eventos para o município em 2025. Entre os eventos previstos está a realização de um Rodeio, nos dias 16 e 17 de maio.
O evento está mobilizando protetores de animais, ambientalistas e simpatizantes das causas envolvendo o bem-estar dos animas. Em suas redes sociais, o advogado e ex-secretário de Municipal de Proteção e Defesa dos Animais do Rio de Janeiro, Vinícius Cordeiro, tem alertado a população contra o evento que, segundo ele, representa uma tortura para os animais.
Em uma postagem, o advogado argumenta que Rodeios e Vaquejadas não integram o patrimônio cultural fluminense, sendo, portanto, motivo de resistência por parte de muitos moradores de municípios do interior do Estado.
Vinícius Cordeiro lembra que a prática já teria sido proibida em 2019, por decisão judicial. Dada a contrariedade de parte sociedade, representada por ativistas e representantes da causa animal.
“A proteção animal em 2019 já havia realizado uma série de manifestações para barrar o rodeio, e a população local, em maioria política, aprovava esse tipo de festejo. Foi a Comissão de Defesa dos Animais da OAB, na época, que conseguiu uma liminar para suspender o evento. Foi um juiz federal e não no juiz local”, disse Vinícius Cordeiro ao DIÁRIO DO RIO.
“Rodeio é tortura, Rodeio é… Maus tratos! Os animais sobretudo de grande porte, possuem grande sensibilidade à dor, e rodeio, mesmo em sua versão mais amena, gera dor, stress e sofrimento. Prefeita, repense e desista disso! Ou a proteção certamente agirá e obterá justiça para os nossos animais!”, escreveu o ex-secretário em sua postagem.
A “luta contra a realização dos rodeios do Rio não é nova. Já houve alguns precedentes porque a proteção animal está mais organizada, inclusive, juridicamente”, disse ele ao DDR.
Em 2019, a última etapa nacional de rodeio classificatório para Barretos, que seria realizada em Araruama, foi temporariamente cancelada, por decisão da 1ª Vara Federal de São Pedro da Aldeia que deferiu a tutela provisória da Ação Civil Púbica n. 5003079-41.2019.4.02.5108 RJ, de autoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), assinada pelos presidentes da OAB/RJ, Luciano Bandeira, e da Subseção de Araruama, Rosana Jardim Pinaud; da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Seccional, Reynaldo Velloso; pelo procurador-geral da entidade, Alfredo Hilario de Souza; e pelo subprocurador-geral, Thiago Morani.
A ação determinava que a empresa Kavallus Empreendimentos Artísticos (Cia Tony Nascimento), multada em R$ 100 mil, no anterior, por utilizar aparelhos de choque em animais no rodeio realizado em Volta Redonda, apresentasse comprovação de que os animais não seriam alvos de maus-tratos ou submetidos a crueldades, sob pena de multa diária e, se necessário, uso de força policial, para debelar a ação.
“Esses rodeios são, geralmente, realizados por firmas particulares. Um desses organizadores já tem um histórico de questionamento judicial por maus tratos. Então apelamos, inicialmente, para que a prefeita tenha bom senso de rever o caso, sem que tenhamos que partir para um questionamento judicial para impedir a realização do evento. Insistimos em dois pontos: rodeio não é patrimônio cultural fluminense, Isso está sendo copiado de outros estados; segundo lugar, os realizadores vão encontrar resistência não só minha, mas de vários grupos e ONGs, inclusive que cuidam de equinos”, comentou Vinícius Cordeiro.
Em depoimento no vídeo divulgado por Vinícius Cordeiro, a representante do movimento ativista Brigada Animal, Sejane Miranda afirmou quem, mesmo em sua versão mais branda, os rodeios causam “estresse e sofrimento aos animais”. Já Patricia Fitipaldi, do Santuário das Fadas, ressaltou que animais de grande porte são “extremamente sensíveis à dor”. Bruna Franco, do movimento A.D.A.M.A afirmou: “Rodeio não é patrimônio cultural” e não faz parte da cultura do Estado do Rio de Janeiro.
Além de Araruama, Saquarema e a capital fluminense tiveram rodeios suspensos por decisão judicial.
“Estamos tentando sensibilizar a prefeitura para que não realize esse tipo de evento. É uma luta da proteção animal para essa forma de pensar seja modificada. A mobilização está dando bastante repercussão na Região dos Lagos. A gente quer barrar de novo o evento, para deixar uma jurisprudência em relação a esse tema”, finalizou o advogado
Essa barbárie tem que ter fim. Não aos rodeios pelo mundo!