Procon-RJ interdita Trem do Corcovado após morte de turista no Cristo Redentor

O Procon-RJ interditou o Trem do Corcovado após a morte de um turista no Cristo Redentor. O posto médico do complexo estava fechado no momento do incidente. Empresas envolvidas divergem sobre a responsabilidade pelo atendimento.

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O Procon-RJ determinou, nesta segunda-feira (18), a interdição do Trem do Corcovado, principal meio de acesso ao Cristo Redentor, após a morte do turista Jorge Alex Duarte, de 54 anos, nas escadarias do santuário. O visitante sofreu um infarto fulminante no domingo (17) e não recebeu atendimento imediato, pois o posto médico do complexo estava fechado.

A medida, segundo o secretário estadual de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca, tem como objetivo proteger os consumidores. “Recebemos diversas denúncias sobre falhas no atendimento médico no local. Lamentavelmente, a tragédia aconteceu e agora buscamos um acordo para evitar novos casos” afirmou o secretário.

Uma reunião entre os órgãos e empresas responsáveis pelo funcionamento do Cristo Redentor será realizada ainda hoje para a elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Visitantes que compraram ingressos para esta segunda-feira poderão remarcar a passagem ou solicitar reembolso.

Responsabilidades em debate

A morte do turista evidenciou um impasse entre os órgãos responsáveis pelo local. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo Parque Nacional da Tijuca, afirmou que a manutenção do posto médico é de responsabilidade da concessionária Trem do Corcovado, conforme previsto no contrato de concessão.

“Diante do ocorrido, será aberta uma apuração para verificar as circunstâncias dessa triste fatalidade”, declarou o ICMBio, lamentando a morte do visitante.

Já o presidente do Trem do Corcovado, Sávio Neves, apresentou outra versão, alegando que a responsabilidade pelo posto médico caberia ao ICMBio. Ele destacou que a concessionária mantém um convênio com o Hospital Adventista Silvestre, que presta atendimento a emergências no local. “Infelizmente, foi um infarto fulminante. Nem uma UTI teria salvo a vida dele”, disse Neves.

O ICMBio, no entanto, rebateu a declaração e apresentou cópia do contrato de concessão, que prevê, no artigo 18, a obrigação da concessionária em manter um posto de atendimento equipado com socorrista e ambulância.

Atendimento tardio e falta de estrutura

O incidente ocorreu às 7h39, quando Jorge Alex Duarte, morador de Porto Alegre, subia as escadarias do Cristo Redentor. O SAMU foi acionado e chegou ao local às 8h13, mas, apesar das tentativas de reanimação, o óbito foi constatado.

Segundo a Arquidiocese do Rio, a primeira assistência foi prestada por uma enfermeira da família do turista, que o acompanhava na visita. O Corpo de Bombeiros do Alto da Boa Vista também foi acionado, mas, ao chegar ao local, encontrou a equipe do SAMU prestando atendimento e retornou à base.

Jorge tinha histórico de hipertensão, diabetes e era fumante. Ele chegou ao monumento em uma das vans de turismo que fazem o percurso entre o Cosme Velho e o Alto do Corcovado, pela Estrada das Paineiras.

Falhas na infraestrutura do Cristo Redentor

Além da falta de atendimento médico, o complexo turístico tem enfrentado outros problemas. Ainda nesta segunda-feira, foi registrada uma queda de energia, afetando a operação do santuário. Na última quarta-feira, um apagão já havia comprometido o funcionamento do Trem do Corcovado e do Cristo Redentor por mais de uma hora.

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