Com curadoria de Marcelo Valle, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) inaugurou, na tarde desta sexta-feira (14), a exposição “Alma da Terra – Forças Femininas”. A mostra reúne obras de Cibelle Arcanjo e pode ser vista no Corredor Cultural da Instituição, que fica no Centro do Rio de Janeiro.
Cibelle Arcanjo afirma que o trabalho teve como inspiração um mergulho pessoal sobre identidade e pertencimento.
“Quero que todos enxerguem que o corpo da terra é feminino, e que estamos inseridos nele. Espero que cada um que parar diante da tela possa ser tocado, mesmo que não tenha palavras para descrever”, disse Cibelle.
A artista ressalta que a miscigenação que ela identificou em gerações da sua família atravessa a sua arte, por meio do “território e local de fala”.
“Quando comecei a estudar mais sobre minha história e os cruzamentos da miscigenação da minha família, fui entrando em questões de identidade, território e local de fala. Minha avó é uma mulher preta, meu pai é um homem afro-indígena, e isso atravessa minha arte. Meus autorretratos falam dessa conexão com as forças naturais, do reino vegetal às estrelas, da poeira cósmica ao chão que piso”, explicou Cibelle Arcanjo.
Para o curador Marcelo Valle, a força ancestral exerce centralidade nas obras de Cibelle, especialmente nas abordagens femininas multicêntricas.
“Não podemos falar de uma única mulher, mas da diversidade das mulheres do mundo. Cibelle traz a mulher indígena, a mulher negra, os orixás femininos e toda essa conexão com a força da natureza. A arte também pauta, não é apenas pautada. Estar aqui dentro do Ministério Público é uma forma de trazer essas questões e dialogar com a sociedade”, comentou.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro fica na Av. Marechal Câmara, nº 370, Centro do Rio de Janeiro.
