O Consórcio Barcas Rio divulgou recentemente um relatório preocupante sobre a condição dos terminais aquaviários da Região Metropolitana do Rio. A empresa, que assumiu a operação das barcas, identificou sérios riscos para a segurança dos passageiros e deve apresentar até o próximo mês um estudo complementar sobre os terminais da Praça XV, Araribóia, Charitas, Cocotá e Estaleiro, em Niterói.
A EGT Engenharia, responsável pelo primeiro relatório, apontou uma série de falhas estruturais, incluindo estacas comprometidas, corrosão avançada, e a falta de flutuantes para embarque e desembarque. A manutenção negligenciada ao longo dos anos comprometeu elementos como madeira, aço e concreto armado, o que coloca a integridade das estruturas em risco.
Especialistas alertam que, se não forem realizadas intervenções imediatas, a operação das barcas poderá se tornar insustentável, com possibilidade de acidentes graves e até colapsos parciais.
A Secretaria de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana já recebeu o relatório e realizará uma vistoria subaquática para verificar possíveis fissuras adicionais e danos nas armaduras de aço. Antes da transferência da operação para o Consórcio Barcas Rio, a responsabilidade pela manutenção era da CCR Barcas, cujo contrato foi finalizado no mês passado. Durante esse período, a demanda de passageiros aumentou com a redução das tarifas nas linhas Arariboia, Charitas, Cocotá e Ilha de Paquetá.
Apesar do aumento de passageiros, os problemas de qualidade do serviço têm gerado insatisfação. Passageiros da Ilha do Governador, por exemplo, reclamaram de falta de ar-condicionado, ferrugem nas embarcações, bancos desconfortáveis e atrasos frequentes. Muitos relatam que a situação piorou em relação ao período anterior, com tempos de travessia mais longos e um serviço que não evolui.
O Consórcio Barcas Rio, por sua vez, já anunciou planos para melhorar a infraestrutura, como a integração da loja vazia na estação de Charitas ao salão principal para aumentar a capacidade de passageiros e a ampliação do túnel de embarque. A CCR Barcas, que operou o sistema até recentemente, afirmou em nota que entregou as instalações conforme o contrato e que realizou melhorias durante a concessão, incluindo reformas no estaleiro e nas estações.