Eduardo Paes (PMDB) contava até outubro de 2015 que o ano de 2016 seria o seu ano. O Rio receberia as Olimpíadas que seriam um sucesso (ainda serão, na minha humilde opinião), faria seu sucessor Pedro Paulo (PMDB), viria governador em 2018, com apoio de Dilma (PT), Lula (PT) e do governador Pezão (PMDB) mas veio a porcaria da realidade e acabou com os sonhos de Paes.
Já desde o ano passado a popularidade de Dilma vem caindo espetacularmente, o que não é diferente com Lula e com Pezão então… o que acabou tirando qualquer valor do apoio de um destes em uma eleição, especialmente agora em 2016. Strike 1 para Pedro Paulo.
A Zika e a poluição da Guanabara tem levado ao noticiário internacional apenas notícias negativas sobre o Rio de Janeiro. Estas notícias podem até eventualmente prejudicar os Jogos Olímpicos, apesar de crer que não, apesar disso o Rio 2016 será um sucesso. Mas deve estar dando algumas dores de cabeça ao prefeito.
Mas o pior aconteceu em Novembro de 2015, a descoberta pela Veja que Pedro Paulo bateu em sua então esposa, o qual ele disse ter sido apenas uma vez, e logo depois desmentido, já que havia outra acusação contra o pré-candidato. E disso todos sabemos, foi o Strike 2.
As pancadas em Carlos Osório
Mas o verdadeiro sinal de desespero de Paes pode estar na forma que vem tratando os outros pré-candidatos que saíram de seu grupo político. Primeiro foi Carlos Osório, hoje no PSDB, ele era o plano B do PMDB do Rio para ser candidato no lugar de Pedro Paulo. Osório é querido pela zona sul, é um homem inteligente e sabe usar a mídia a seu favor e não tem nada que o prejudique em uma corrida para prefeito do Rio. Mas é claro que isso não era suficiente, ele não é amigo do Duda (Eduardo Paes) como é Pepe (Pedro Paulo). Então Osório pegou seus trapos e foi para o ninho tucano.
E lá veio pancadas, foi chamado de traidor para baixo. Como se o próprio Paes não tivesse feito o mesmo, tinha abandonado Cesar Maia (DEM) pelo PSDB. Pelo PSDB foi candidato a governador, perdeu, e indo contra o partido que apoiou na época Denise Frossard, declarou apoio a Sergio Cabral (PMDB). Virou secretário, contra os desejos do partido, e no último dia para poder trocar de partido para ser candidato a prefeito, saiu do PSDB para o PMDB. Pois é, pau que bate em Chico bate em Francisco.
E em um sinal de desespero, Paes teria ido ao senador Aécio Neves (PSDB), presidente nacional do partido, para brecar a filiação de Osório. Isso porque Aécio foi um dos principais nomes a chamar o ex-secretário para seu partido. Além, não podemos esquecer, que Paes é um dos maiores defensores do governo Dilma, do qual Aécio é um dos mais ferrenhos opositores.
E agora tem, de acordo com Berenice Seara, uma claque que fica atrás de Osório para xinga-lo:
Coincidentemente, Carlos Osorio (PSDB) foi chamado de traidor na festa de aniversário do Rio, na Rua da Carioca.
Ao chegar, jura que foi efusivamente cumprimentado por um grupo de senhorinhas — sendo uma delas líder de comunidade no Andaraí. “O senhor viu o David? Nós ainda não sabemos o que temos que fazer”, perguntou-lhe uma delas.
Pouco depois, diz ter visto as senhoras conversando com David Carlos Pereira Neto e com Ronnie Aguiar Costa, subsecretários de Coordenação de Governo — pasta de seu adversário, o também pré-candidato Pedro Paulo Carvalho (PMDB).
Em seguida, segundo o secretário, as mesmas mulheres puxavam o coro: “Osorio traidor!”, gritavam. É, tudo indica que esta campanha começou cedo…
Indio da Costa e os outros deputados do PSD do Rio
Outro candidato que tem o mesmo perfil de Osório, e ex-secretário de Eduardo Paes, e que vem candidato é Indio da Costa (PSD). Não era segredo para ninguém que Indio queria ser candidato a prefeito do Rio, pelo menos desde 2008 ele vem tentando lançar-se candidato, e não é a toa que ajudou a fundar o PSD de uma costela do Democratas, ele sonha em ser prefeito e tem todo direito a isso.
Maaaaaaaas, é claro, que se tudo estivesse funcionando perfeitamente para Paes, o PSD iria com ele, incluindo Indio. Afinal não vale a pena ser candidato sem a mínima chance. Mas como nem tudo vai bem…
Em uma manobra arriscada, o prefeito ameaçou a bancada do PSD no Rio, tanto que marcou uma reunião para este domingo, para dizer que ou ficam no governo ou apoiam o Indio e vira inimigo de Paes, Cabral e Jorge Pizziani (Extra, Extra). Bem, uma declaração dessa e perder todos os cargos é difícil não balançar, especialmente um partido sem nenhum viés ideológico como o PSD.
Só que o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, pagou para ver e Indio soltou a seguinte declaração:
O presidente nacional do meu partido, Gilberto Kassab, esteve no Rio esta semana e anunciou ao PMDB e à imprensa minha candidatura à Prefeitura do Rio. A seu pedido, por cortesia, fui hoje ao ex-governador Sergio Cabral e reafirmei as palavras de Kassab. Sou candidato a Prefeito pelo PSD.
E perder os deputados federais, Felipe Bornier, Arolde de Oliveira, de Alexandre Serfiotis, Sergio Zveiter e Sóstenes Cavalcante, não é nada bom, claro. Mas isso pouco importa, eles não levam nem o fundo partidário e nem o tempo de Tv. Mesmo que perca para prefeito, Indio se reelege fácil deputado federal em 2018.
A tempo, Indio e Paes são amigos de longa data, desde a Juventude Cesar Maia, no primeiro mandato de Cesar Maia no início dos anos 90.
Romário e Jandira também deixaram Paes
Essa semana foi a vez de Romário (PSB) deixar o governo de Paes entregando a secretaria de Esportes que era sua “fatia”. E com isso o Baixinho volta a ser candidato a prefeito do Rio, sempre aparecendo bem nas pesquisas, e também leva o tempo de Tv do PSB.
Soma então a Jandira Feghali (PCdoB) que disse não apoiar Pedro Paulo por causa da Lei Maria da Penha. Um motivo fortíssimo e que, como ela também será candidata, vai prejudicar bastante Pedro Paulo na campanha. Sem contar que Jandira também leva os votos daqueles que ainda tem em Lula e Dilma alguma admiração, já que tem sido uma das maiores defensoras da dupla.
O que falta para o Strike 3
Para quem não entendeu, Strike é o que se diz quando, no beisebol a bola que passa pela zona de strike, na 3º o arremessador está fora. Então fica a pergunta, com sua base se esfarelando dessa forma, o que pode prejudicar seriamente seu futuro político. diminuindo consideravelmente suas chances como candidato a governador em 2018, o que falta para Eduardo Paes mandar Pedro Paulo para fora?