A Rio Ônibus, bem como a Rio Card e Prefeitura estão a todo momento falando que você precisa comprar o cartão Olímpico para acessar os locais de competição. Não é bem assim. O cartão é caro e em algumas estações tem grandes filas para adquiri-lo, talvez se as pessoas soubessem que ele não é obrigatório para acessar as arenas olímpicas, não teríamos tantas filas.
Se você vai da Zona Norte para o Parque Olímpico, você pode simplesmente pegar o BRT TransCarioca (aquele ônibus articulado que passa na Penha, Vicente de Carvalho, Madureira e Taquara) e saltar na estação Rio 2, sem necessidade do cartão de preço abusivo que a Fetransport e Rio Card estão tentando enfiar goela abaixo do povo.
Para quem vai da Zona Sul para o Parque Olímpico, com o cartão Rio Card olímpico você pode usar a extensão do metrô até a Barra e mais um BRT especial que vai sair do Jardim Oceânico e vai parar no terminal Centro Olímpico, ao lado do Parque de competições. Sem o cartão você pode pegar qualquer ônibus (linhas: 309, Integrada 1, Integrada 2, Integrada 3) rumo ao terminal Alvorada e depois pegar o BRT TransCarioca e saltar na Rio 2. Lembre-se, o BRT TransOlimpica (Recreio- Deodoro) e a Linha 4 do metrô são os únicos trechos de uso exclusivo para quem tem o RioCard Jogos Rio 2016. Em qualquer outro trecho e modal, o acesso cotidiano (com dinheiro e RioCard comum) continua a ser válido.
Para ir ao Maracanã, você pode usar o metrô Linha 2 ou os trens da Supervia, sem necessidade do cartão olímpico. Esse cartão só vale a pena para quem for ficar o dia todo andando de ônibus, metrô e trem, ou para quem quiser usar o metrô da Barra e os serviços especiais de BRT (Jardim Oceânico – Parque Olímpico e Recreio- Parque Olímpico – Deodoro).
Para ir na arena do vôlei de praia, em Copacabana, pode usar o metrô e saltar na Cardeal Arcoverde, quem vem da Barra pode ir de ônibus até a General Osório e pegar o metrô, ou usar uma das linhas Integradas, não precisa do cartão olímpico, ao menos se você quiser usar o metrô da Barra.
A ideia de ter um cartão para viagens múltiplas é boa e já existe em vários lugares do mundo, inclusive em São Paulo, mas algumas características desse cartão olímpico infelizmente fazem o conceito ir por agua abaixo.
O texto no site da Rio Card diz o seguinte:
“Os cartões têm três opções de validade: um dia (que custa R$ 25,00), três dias consecutivos (R$ 70,00) e sete dias consecutivos (R$ 160,00). Todos têm a mesma funcionalidade: com o cartão, que é individual, o torcedor pode usar à vontade, para viagens e integrações, ônibus, metrô, BRT e trens do Rio de Janeiro durante o período de vigência do bilhete. Como há competições que se encerram após a meia-noite, há um prazo estendido de uso, com tolerância de até duas horas após o prazo. A validade do cartão é determinada pelo dia – e não pela hora – do primeiro uso. Não importa, por exemplo, se o cartão de validade de um dia for utilizado pela primeira vez às 10h ou às 18h: ele só será válido até as 23h59 do mesmo dia (ou, já considerando o prazo estendido, até as 2h da manhã do dia seguinte)..”
O que assusta logo de início são os elevados preços do Rio Card Olímpico. Em São Paulo, por exemplo, o cartão diário custa 16 reais, o semanal 60 reais e o mensal 230 reais. Outro problema é a falta de maquinas para recarga, nas estações Botafogo e General Osorio é comum ver grandes filas, o que prejudica inclusive a mobilidade dentro das estações e causa aglomeração. Infelizmente esse cartão não vale para as barcas. Lamentável também é que após o dia 18 de setembro, último dia das Paraolimpíadas, o bilhete olímpico perderá sua função de uso diário, mensal e semanal e somente poderá ser usado como um Rio Card comum.
Mais uma vez o Rio perde a oportunidade de ter um cartão de integração intermodal, na bilhetagem eletrônica, não teremos legado.