Desculpe o transtorno, Gregório.
Preciso falar do Rio.
O conheci ainda na infância, durante uma noite de carnaval.
Não, não era bailinho infantil e sim aquela hora que criança já tinha que estar na cama, no décimo sono.
Começava ali um amor platônico, que só se concretizou 20 anos depois, quando eu tomei coragem e larguei tudo pra viver na prática esse sentimento.
Ensaiei por dias como seria o encontro, imaginei caras e bocas e treinei muito o sotaque, pra não fazer feio na hora H.
Não teve filme, jazz, risoto queimado e muito menos foi um conto de fadas.
Abri mão de muitas coisas pra viver o inesperado.
Ao vê-lo de perto, senti aquele frio na barriga, típico dos apaixonados.
As pernas tremiam, as mãos suavam, o coração bateu acelerado.
Suspirei fundo e deixei meus olhos falarem por mim.
Lágrimas, lágrimas, lágrimas de felicidade, afinal eu estava ali por inteira.
Então eu sorri pra ele e ele sorriu de volta.
E finalmente eu pude declarar todo o meu amor à plenos pulmões.
RIO EU TE AMO!
Todo mundo viveu, vive ou viverá um grande amor.
E ele nem precisa ser de carne e osso pra ser verdadeiro e inesquecível!