O novo Prefeito do Rio, Marcelo Crivella, completou recentemente os seus primeiros 15 dias de gestão. Analisando as notícias sobre as medidas iniciais que tomou e lendo as publicações do Diário Oficial do Município, fiquei com a sensação de já ter visto esse filme. E percebi que de fato já vi. Assim como todos os demais cariocas. Foi na Sessão da Tarde da Rede Globo.
Todos conhecem aquela tradicional chamada que anunciava, durante a programação do canal, o filme que seria transmitido. O narrador sempre dizia, muito animado, enquanto cenas do longa metragem pipocavam na tela: “Vai rolar muita confusão, com essa turma que adora causar encrencas”.
As idas e vindas do Prefeito Crivella parecem perfeitas para um enredo desses, que traz sempre “trapalhadas em tamanho família”. Nomeações são feitas e depois desfeitas. Afirmações são ditas e depois desditas. Medidas são tomadas e depois canceladas. Decretos são publicados sem previsão exata das consequências. Pressões políticas de vereadores e lideranças alteram estratégias e mudam pessoas de lugar do dia para a noite. Logomarcas são lançadas e posteriormente anuladas.
Chegamos ao ponto de ter a indicação do gestor Paulo Cezar Ribeiro abortada por conta de doença, sendo que ele não possui enfermidade alguma, o que constituiu, no mínimo, uma terrível gafe. Crivella justificou-se dizendo que se tratou de uma “confusão”. Olha o filme aí novamente.
Verdade seja dita: Crivella ainda está tomando pé da situação e ocupa um cargo cuja complexidade é inegável e que possui centenas de subordinados. Além disso, não possui experiência prévia chefiando o Poder Executivo. Por outro lado, ele precisará trocar os pneus com o carro em movimento, pois o Rio precisa de um governo que apresente soluções rápidas e acertadas para importantes desafios.