No final do ano passado, fui vítima de um taxista sem escrúpulos que me assediou e me manteve presa dentro do carro enquanto dava voltas absurdas no trajeto Rodoviária – Grajaú.
Já era bem tarde e eu exausta após uma viagem de trabalho, só queria chegar em casa.
Conseguir um UBER aquela hora, era missão impossível, ainda mais na rodoviária, onde eles são frequentemente hostilizados.
Entrei no táxi e disse o trajeto. Antes que eu piscasse, outro homem entrou no lado do passageiro e as portas foram trancadas.
Foi questão de segundos até eu entender o que estava acontecendo.
O motorista jogou um papo de que era a última corrida dele e o comparsa ia substituí-lo em algum momento.
Eu comecei a gritar e tentar abrir a porta, me fiz de maluca!
O comparsa falou meia dúzia de palavrões e saiu do carro, mas eu não conseguia sair (acredito que eu estava do lado da porta travada pra crianças) e tinha mala e bolsas dou outro lado.
O taxista deu a partida e começou a ir pra um lugar totalmente diferente da minha rota. Foram minutos de pânico, pois eu estava tão desnorteada, que não conseguia sequer digitar a senha do cel pra pedir ajuda.
Ouvi barbaridades e meu instinto foi pegar o telefone mesmo travado e fingir que estava falando com meu marido. Aí você pensa, porque não fingiu ligar pra policia? Pensei na hipótese e um pavor de que ele sacasse uma arma ou me agredisse tomou conta do meu corpo inteiro.
Sabe-se lá Deus o que ele faria junto com o comparsa caso eu ficasse quieta com os dois no carro.
Enfim, a história é longa e traumática, mas consegui me salvar. Um dia eu conto o desfecho.
Por que eu tô falando isso tudo? Pra vocês entenderem que nós mulheres estamos sujeitas a diferentes tipos de violência todos os dias, todas as horas. Falta empatia, falta respeito!
Aliás, essa é a palavra chave: RESPEITO! 365 dias por ano, 24h por dia!
Não importa o tamanho da minha roupa, a minha idade, o que eu faço ou não com o meu corpo! Respeito é primordial!
Acha besteira? Acha que é mimimi? Então vamos aos números!
Nos primeiros quatro meses de 2016 o Rio teve média de 13 estupros por dia.
Os números são alarmantes!
Em 2015 foram:
Homicidio doloso (feminicídio) 360 mulheres mortas
Tentativa de homicidio: 642
Lesão corporal dolosa: 49.281
Estupro: 4128
tentativa de estupro: 484
Calunia/ Difamação/ Injuria : 36.817
Violência psicológica:
Ameaça: 48.832
Constrangimento Ilegal: 637
(Dados agregados seguindo as normas de violência descritas na Lei Maria da Penha, via Governo do Estado do Rio de Janeiro)
A nível Brasil:
5 mulheres são espancadas a cada 2 minutos no país.
1 em cada 5 mulheres já sofreram algum tipo de violência por parte de homens conhecidos ou não.
O parceiro (Marido/namorado) é responsável por 80% dos casos relatados.
O Diário do Rio entende que RESPEITO É A MELHOR HOMENAGEM!
Queremos que todas as mulheres tenham voz, não só hoje, mas todos os dias!
Mulheres, denunciem!
Liguem 180!!!
O Ligue 180 foi criado para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o País (a ligação é gratuita).
O canal desempenha papel central, ao lado do programa Mulher, Viver sem Violência, lançado em março de 2013, com o objetivo de cobrir o País com serviços públicos integrados, inclusive nas áreas rurais lato sensu, mediante a utilização de unidades móveis para o campo, a floresta e as águas.
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