A centralidade cultural do Rio de Janeiro

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Hoje o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, através de seu ex-blog fez comentários sobre alguns acontecimentos que atingiram a centralidade cultural do Rio de Janeiro.

Vale a pena ler, tanto quem gosta de Cesar Maia como quem não gosta.

 

SemanadeArteModernade22 O RIO E OS FATOS QUE ATINGIRAM SUA CENTRALIDADE CULTURAL!

1. A centralidade cultural que o Rio deteve por muitas décadas começou a ser atingida com a semana de arte moderna de 1922, quando por circunstâncias adjetivas foi para SP. Anos depois, essa mesma centralidade sofreu outro golpe com o fechamento da Universidade do Distrito Federal, criada por Anísio Teixeira e Pedro Ernesto. Nomes como Cecília Meireles, Hermes Lima e Candido Portinari foram perseguidos. Candido Portinari migrou para SP, onde depois foi candidato a senador.

2. Com o término da Segunda Guerra e as obras de arte na Europa a preço da bacia das almas, Chateaubriand passou o pires aos empresários brasileiros. Praticamente só os de SP apoiaram e estas obras de arte passaram a ser o acervo do MASP, criado.

 

3. Mas o Rio, de baixo para cima, através da cultura popular com o Samba, com seus desdobramentos por setores médios com a Bossa Nova, ou a partir do CPC da UNE que abriu espaços para o Cinema Novo, reagiu e forçou novas centralidades. Com o regime autoritário e seu foco no Rio, outra vez a cidade foi debilitada como centro cultural.

 

4. A experiência internacional indicava que a recuperação da centralidade cultural exigia equipamentos de alta qualidade que cumprissem esse papel aglutinador. Um exemplo mais recente foi o Museu Guggenheim de Bilbao. Com isso, na campanha eleitoral de 2000, a associação do Rio à Fundação Guggenheim foi apresentada como programa de governo e aprovada pelo eleitor carioca.

 

Museu Guggenheim  Rio de Janeiro3. Em 2001 iniciou-se o processo de contratação com a Fundação Guggenheim, culminando com os estudos para que o Museu, centrado em Arte Contemporânea, pudesse cumprir o papel de retomar para o Rio a centralidade em artes plásticas contemporâneas. E revitalizasse como âncora a área portuária. Assinado o contrato em NY, com a presença de toda a imprensa relevante dos EUA, iniciou-se o processo. O consagrado arquiteto francês, Jean Nouvel, desenhou o projeto básico. Mas uma forte pressão de parte da imprensa estimulou uma oposição política e finalmente o projeto, que já estaria pronto hoje, foi obstruído no judiciário.

 

4. De forma a não passar por provocação, a ideia matriz permaneceu, mas um Museu de Artes Plásticas foi substituído por um Centro de Artes Musicais, depois Cidade da Música. Um arquiteto consagrado em projetos desse tipo -Christian Portzamparc- foi chamado e assumiu o desafio. Nasceu a Cidade da Música. Com o projeto pronto e os investimentos restando apenas 4 meses, o processo eleitoral assumiu a crítica demagógica. Outra vez parte da imprensa assumiu para si a função de criar opinião pública contra o projeto. E mais uma vez um projeto que recuperará para o Rio a centralidade em artes musicais sofre um processo de obstrução com prejuízos enormes para a Cultura do Rio.

 

Cidade da Música5. Enquanto isso, em SP constrói-se o Museu da Língua Portuguesa, de alta qualidade e sofisticação. E o Museu do Futebol, da mesma forma. Em Vitória um Centro Cultural Múltiplo, da mesma forma. E o Rio mais uma vez é atingido por interesses menores e eleitorais (2010), prejudicando a marca de identidade de nossa Cidade. E… La Nave Va!   

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