Samba do Rio: Roberto Carlos e o samba

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Por Bernardo Moura

Roberto Carlos Anteontem foi um dos dias mais felizes para Roberto Carlos. Aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, o “Elas cantam Roberto”, show que reuniu as grandes cantoras da música popular brasileira. O show que virará DVD para o final do ano, foi um dos marcos na comemoração de 50 anos do Rei. Roberto Carlos chegará à casa do fã brasileiro de qualquer forma. Através de CDs, DVDs, show transmitido na tv, o Rei emocionará.

Desde quando chegou aqui, vindo de Cachoeiro de Itapemirim, Roberto bateu de porta em porta, lutando por um lugar ao sol. Até chegar ao cruzeiro em alto mar, o rei encantou e cantou corações no Brasil e no mundo inteiro. Por isso, fui pesquisar a relação dele com o samba. Qual seria? Houve alguma? A conferir.

No Carnaval deste ano, ele apareceu de supetão na Sapucaí. Fazendo aquele alvoroço,que um nobre sempre faz. Assistiu à algumas escolas com seu filho e, depois, foi  embora. Numa vez ele já tinha declarado seu amor à Beija Flor de Nilopólis, escola de Neguinho, Laíla e tantos outros. Entretanto, numa entrevista à uma revista famosa de celebridades, declarou seu coração sambista era partido. Em dois, precisamente: amava tanto a Beija Flor, quanto a Unidos do Cabuçú. Até porque, quando chegou aqui no Rio, o Lins de Vasconcelos (sede da escola) foi um dos primeiros bairros que ele morou. E ficou por muito tempo até se mudar para Urca.

Começando pelo já antológico, “Samba do Avião”, de Tom Jobim, gravado ano passado por ele e Caetano Veloso em comemoração aos 50 anos da Bossa Nova, Roberto cantou sua imensa saudade pelo Rio, cidade na qual o adotou de braços abertos. Os versos “Minha alma canta/ Vejo o Rio de Janeiro/ Estou morrendo de saudade/Rio, teu mar, praias sem fim/ Rio você que foi feito pra mim” fizeram sucesso em sua voz.

De acordo com o livro de Paulo César Soares, “Roberto Carlos em detalhes”, o rei cantou sambas canções, na década de 40. De porta em porta (nas rádios) desejando ser contratado. Depois, no início dos anos 50, Roberto, já cantor da boate Plaza (reduto da alta sociedade daquela época), cantou “Maria e o samba”. Presente já do seu amigo camarada, Erasmo Carlos, que começara a compor. Nos anos 60, com a ajuda de Carlos Imperial, gravou um LP de 78 RPM (rotações Por Minuto), com “Canção do amor nenhum”. Versão de “Canção do amor demais” de Tom Jobim. Era um samba tradicional, sem cuíca. Não foi um disco de muito sucesso.

Depois, logo em seguida, gravou “Chorei”, um autêntico samba de gafieira. Também foi um fracasso. O termo “samba jovem” ganhou força ainda nos anos 60. Depois que, Nara Leão mandou todos prestarem atenção no capixaba. A classe artística da época, não gostava muito do Rei, pois qualquer músico que não tocasse forró, samba dentre outros, não era considerado brasileiro.E devagar, o samba foi ganhando arranjos de pop. Começando com Jorge Ben e Wilson Simonal.

Muito tempo, depois, em 86, Roberto grava uma canção. Advinha  de quem? Do irmão camarada, Erasmo. “Nega”, tinha uns batuques meio funk. E justamente, neste ano, ele foi enredo da Cabuçú (olha ela aí). “eu fui ver o samba lá no morro/ ela apareceu, enlouqueci/ quando ela sambou, pedi socorro” dizia a letra.

E hoje, uma das cantoras que o Rei chamou foi Mart´nália, Filha de um dos maiores sambistas brasileiros, Martinho da Vila. A moça homenageia Roberto Carlos cantando “Só você não sabe”, de acordo com sua assessoria. A letra de Roberto e Erasmo Carlos diz: “Ai! Amor, tanta falta você me faz/Que no peito não cabe (Mas você não sabe)/Só você não sabe”

Na escola de Nilópolis, é incerta ainda a ideia de Roberto virar tema para 2010. Como foi divulgado, o rei seria o carnaval da escola nilopolitana, em virtude de suas comemorações da carreira. E na Cabuçú? Bem que poderia virar tema também. Merece! Portanto, o Rei é um cantor multifacetado, musicalmente falando. Vários estilos de
música, já passaram pela sua voz, pelo seu coração. E sem dúvida
nenhuma, o samba foi um deles.

Enquanto o show não chega à sua casa, você já pode ir se aquecendo com uma canção que foi brasa. O compositor Chico da Silva fez um convite para o rei subir o morro e fazer um samba

“Agora eu lhe convido pra subir até o morro você vai adorar
Mas deixe o seu calhambeque, sua guitarra venha devagar
Pra não cansar
Espero lá de cima com a turma da pesada agente amigo irmã
Só quero ver você no samba
Porem já saiba que eu sou seu fã”. 

Será que ele aceita?

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