Os centenários costumam ser comemorados. Simbolizam uma vida duradoura ou os cem anos de história de uma localidade. Mas no Rio de Janeiro estamos próximos de um centenário trágico: quase 100 policiais foram assassinados no Estado do Rio, a maioria na capital.
A enorme maioria dos policiais precisa ser valorizada e defendida pela sociedade, pois são eles que colocam a vida em risco para nos proteger.
A imagem dos bons acaba sendo atingida pelos atos dos maus, mas a verdade é que, com dezenas e mais dezenas de policiais mortos, temos ruas mais inseguras, famílias destroçadas, filhos órfãos e uma sociedade amedrontada. Além disso, os criminosos, equivocadamente romantizados por alguns, ficam mais poderosos e prepotentes.
Os bons policiais estão largados à própria sorte e sofrem com problemas de salário, más condições de trabalho e falta de equipamentos. Quem de nós gostaria de ver seu pai ou seu filho tendo que enfrentar criminosos nos morros cariocas nestas condições?
Além disso, é preciso investir e fortalecer a prevenção e a investigação, dimensões importantes da ação policial, que deveriam ser fomentadas, tornando a repressão e o confronto os últimos recursos ao invés dos primeiros.
Esperamos medidas urgentes e certeiras, como a prioridade financeira para as despesas com a segurança, o combate aos desvios internos, além de mudanças na legislação, para que este centenário não se torne rotina.
As vidas perdidas de policiais devem servir, pelo menos, como o alerta do que não pode continuar acontecendo. Vida longa aos bons policiais, pois isso significa vida longa aos cariocas.