Alô alô zona norte!

Amanhã, feriado da Independência é dia de curtir juntos o bom e velho samba de raíz, numa roda com gente que transforma vidas através da música.

O grupo Kebajê, cujo nome vem das iniciais das nações do Candomblé: Ketu, Banto e Jêje é uma encruzilhada de sonoridades urbanas cariocas, cuja espinha dorsal é o Samba e nesse 7 de setembro recebe em seu “QG” no Irajá, a cantora e yalorixá Gloria Bomfim, para uma tarde e noite que promete ser histórica.

Passando por ritmos urbanos e toques de terreiros, o Kebajê tenta trazer novos ares ao diálogo com a tradição do Samba: “a ousadia é regra” – afirma o músico Mateus Carvalho, que completa: “vamos de Zeca Pagodinho a Criolo; de Tincoãs a Marcelo Yuka; de Jovelina a Gilberto Gil”.

Para essa edição, o grupo convidou a cantora Glória Bomfim, conhecida pelo seu disco “Anel de Aço”, recheado de músicas que retratam o ambiente dos terreiros de Candomblé, todas do mestre Paulo César Pinheiro: “ela traz a terra, a mata, os rios, e toda a questão da natureza que envolve as religiões de matrizes africanas, e nós, chegamos com uma sonoridade mais urbana, mais asfalto, emaranhado de fios, etc” – descreve o músico João da Serrinha.

O desejo de extrapolar o óbvio não fica apenas na música, como explica a cantora Ane Lopes: “pensamos o grupo como um ambiente para novas experimentações e linguagens, levantar debates e fomentar reflexões, sempre tendo os valores e as filosofias do samba como norte”.

Mais experiente do grupo, o músico Alex Primo destaca a responsabilidade disso: “evitar músicas machistas e homofóbicas, por exemplo, é sair do automático: requer atenção, estudo e reflexão. Trazer essas discussões pra dentro do contexto da roda de samba não é fácil, mas o desafio é gratificante”.

Eu estarei lá e vocês?

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