O ano de 2017 foi marcado por um aprofundamento ainda maior do descrédito da política. As revelações sobre detalhes de esquemas de corrupção e a exibição nua e crua de mecanismos condenáveis do jogo político atual fizeram a população rejeitar a política em dimensão ainda mais profunda do que a já existente.
É comum ouvir nas ruas e ler nas redes sociais que os políticos são todos iguais, que só pensam em seus interesses próprios, que apenas representam desperdício de dinheiro público e que não cumprem suas funções. Acontece que existem aí algumas contradições: Se os políticos possuem funções, embora não estejam sendo bem cumpridas, isso significa que eles não são inúteis ou pelo menos não deveriam ser. Eles têm uma tarefa a cumprir: Representar o interesse coletivo. Se alguns políticos de fato representam o interesse público e atendem às demandas de seu eleitorado, então isso quer dizer que não são todos iguais e que nem todos pensam só em seus interesses individuais.
É natural que a credibilidade da política afete a visão da sociedade sobre o setor, mas não podemos ser levados pela narrativa fácil de que a política não tem jeito ou que ela não serve para nada. Quando os parlamentares e os governantes fazem o seu trabalho corretamente, os avanços sociais e econômicos são percebidos, assim como em áreas como a educação, a cultura, a saúde, o meio ambiente, a segurança e o emprego.
É aí que entra o questionamento que é realmente fundamental: O que devem fazer os políticos? Está sendo bem feito?
O poder político é dividido em três pedaços, Executivo, Legislativo e Judiciário, justamente para que cada um possa controlar e fiscalizar os demais, evitando abusos e permitindo que a população tenha a quem recorrer caso discorde de uma decisão de um deles. O Parlamento, que exerce o Poder Legislativo, traz a essência da representação popular, com diferentes vertentes da sociedade podendo eleger aquela ou aquele que fale e atue pelos demais. No caso do Estado do Rio, a Assembleia Legislativa (ALERJ), composta pelos deputados estaduais, é responsável por fiscalizar o Governo do Estado, produzir e atualizar as leis estaduais e debater, aprimorar e aprovar as questões do orçamento público do nosso Estado.
Não pense que eles não servem para nada, não ache que os candidatos são todos iguais, não deixe que você mesmo seja governado pelas decisões daqueles que se importaram e participaram das eleições. A política é importante e afeta a vida de cada um de nós. As decisões tomadas por cada deputado estadual são altamente relevantes para todo o Rio de Janeiro.
Aqui retomamos o questionamento: Eles são importantes. É verdade. Mas os deputados estaduais estão fazendo o seu trabalho?
Os deputados poderiam ter fiscalizado melhor e denunciado os esquemas que estavam ocorrendo no governo estadual. Poderiam também ter apontado que o cenário financeiro do Rio entraria em colapso se não fosse tomada uma providência. Poderiam ainda ter aprovado leis de forma a não prejudicar as finanças e incentivando a geração de emprego e o desenvolvimento. Deveriam ter feito, mas a maioria não fez. E no Parlamento vence o voto da maioria.
A partir do momento que entendemos que a política é importante, compreendemos que se a maioria dos deputados estaduais não cumpriu sua tarefa, isso não significa que devemos abandonar o debate político, mas sim participar ainda mais, observar os candidatos, fazer melhores escolhas. Se você acha que Assembleia não está indo bem, não vote nulo, não diga que não se importa. Ao contrário: Busque nomes com conteúdo e honestidade e renove! Precisamos de uma ALERJ onde a maioria dos deputados está fazendo a coisa certa.
