Do jeito que as coisas andam, a eleição para governador do Rio 2018 vai acabar sem candidato. De acordo com notas da coluna Radar/Veja, uma delação do ex-secretário de obras de Pezão e seu braço direito, Hudson Braga, dois pré-candidatos ao governo do nosso estado teriam recebido repasses ilegais durante a campanha de 2014.
Um deles é Indio da Costa (PSD), Braga diz que o apoio de Índio a Pezão em 2014 foi acertado por 30 milhões de reais, com a intermediação de Ronaldo Cezar Coelho. Quatro teriam sido pagos. Braga, então coordenador de campanha, diz ter participado de uma reunião no gabinete de Sergio Cabral com as partes envolvidas para tratar o assunto.
O pagamento se deu da seguinte forma: um assessor especial de Cabral realizava a função de “caixa” de Pezão. Um montante de dois milhões, proveniente de propina que Cabral recebeu, foi guardado para Pezão. Outros dois milhões foram entregues pessoalmente por Braga a esse assessor que, posteriormente, os repassou para Ronaldo Cezar Coelho. O destino final seria a campanha de Índio.
Vale lembrar, que este portal apoiou Indio da Costa em 2016 para prefeito do Rio. E, se comprovada as denúncias, ficaremos extremamente decepcionados em um político jovem que acreditávamos ser o futuro melhor da nossa cidade e de nosso estado.
Já Romário (Podemos), que curiosamente em 2014 foi candidato ao Senado apoiando Lindbergh Farias (PT), mas apoiou Pezão no 2º turno, o trato foi feito em uma sala de reunião do Hotel Othon, na avenida Lucio Costa. Braga diz que pagou 3 milhões a Romário, para que ele declarasse apoio a Pezão. No encontro, o ex-jogador pediu o dinheiro levantando três dedinhos. Estava com medo de ser gravado.
O pagamento teria sido feito em espécie, por pessoa indicada pelo senador. Para quitar a dívida, foram realizados em parcelas de 800 mil reais, 50 mil e 850 mil.
Enquanto Lindbergh Farias teria tido um trato com Hudson na eleição de 2010, quando o candidato do PMDB foi o agora presidiário, Sérgio Cabral, e o atual senador foi o candidato na chapa, que também tinha Jorge Picciani como candidato ao Senado. De acordo com Braga, Pezão tratou com Lindbergh a utilização de recursos públicos para beneficiá-lo da seguinte forma: o governo assumiria pagamentos de contratos pendentes da prefeitura de Nova Iguaçu, o que poderia inviabilizar a candidatura do petista. Em contrapartida, a Odebrecht, empreiteira beneficiada pelo acordo, contribuiria para a campanha de Lindbergh. E a Odebrecht de fato doou R$ 5 milhões para a campanha do PTista em 2010.
E, tem mais, Braga continua e diz que Hudson Braga deputados da base do governo na ALERJ recebiam um “mensalão” de 3 milhões. A distribuição ficava a cargo do deputado Paulo Melo, hoje preso. Vale lembrar que a mesma ALERJ tentou soltar, ilegalmente, os 3 deputados que foram presos ano passado durante a Lava Jato, Melo, Picciani e Albertassi e, até hoje, Picciani continua como presidente da Assembleia.
Como não podia faltar, um dos maiores corruptos da história de nosso estado, Sergio Cabral, receberia uma caixinha de um milhão de reais a Sergio Cabral, pago até março de 2016 pela Fetranspor. O dinheiro era entregue numa empresa de ônibus de São João Meriti.
E, a cereja do bolo, Hudson Braga também entrega seu amigo Pezão, ele disse que entregava, pessoalmente, todos os meses 100 000 reais das empreiteiras com obras no governo Sergio Cabral para Pezão. O próprio Cabral, de acordo com Braga, daria outros 100 000 a Pezão. O colaborador acrescenta que a campanha que elegeu Pezão em 2014 custou oficialmente 71 milhões de reais, mas o custo total real foi de aproximadamente 3oo milhões.
É agora vamos ver provar isso tudo, uma verdadeira bomba atômica na política do Rio.
Leia a matéria na Folha, mais completa que a da Veja.