Crônicas de Carnaval: Personagens não oficiais da história

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A história não é feita de mocinhos e bandidos, é feita por homens e mulheres de carne e osso. Mas, quem conta a história elege os personagens principais. Deixando em segundo plano pessoas ou grupos que tiveram papel fundamental no desenrolar dos fatos.

A Estação Primeira de Mangueira apresenta, no Carnaval 2019, o enredo “História para ninar gente grande”, que se propõe a desmistificar personagens conhecidos como heróis e apresentar aqueles que não tiveram espaço na versão oficial.

Através da valorização da cultura popular a Mangueira nos apresenta personagens como Cunhambebe guerreiro da tribo Tupinambá que liderou a Confederação dos Tamoios contra o colonizador português, no século 16. A Confederação foi uma aliança dos índios residentes na área da atual Cabo Frio (RJ) até Bertioga (SP).



No Nordeste do país também houve resistência, a Confederação dos Cariris lutou para expulsar os portugueses de suas terras; contra a escravidão que era imposta aos índios no século 17; e pela liberdade e manutenção de sua cultura. Foram 30 anos de luta!

No século 18, Sepé Tiaraju, chefe indígena dos Sete Povos das Missões (área situada atualmente no Rio Grande do Sul), enfrentou os exércitos português e espanhol pela manutenção do povo Guarani na terra que ocupava por mais de 150 anos. A ameaça ao povo indígena ocorreu com a assinatura do Tratado de Madri.

A Coroa Portuguesa também precisou lidar com a resistência dos negros contra a escravidão e na luta por seus direitos. Temos personagens como Zumbi, Dandara dos Palmares e Tereza de Benguela que foram lideres quilombolas nos séculos 17 e 18.

O movimento abolicionista tomou força no século 19 e a Revolta dos Malês, ocorrido na Bahia em 1835, foi um importante movimento em nome da liberdade. Uma personagem que se destaca é Luíza Mahin, uma ex-escrava que participou de diversos levantes na região.

Em 1884 foi declarada extinta a escravidão na província do Ceará, quatro anos antes da Princesa Isabel. Um dos principais personagens desta luta foi Chico da Matilde, um jangadeiro que liderou greves que impediram o comércio marítimo de escravos do Ceará para outras províncias.

São muitos os personagens que não receberam o merecido destaque na história e a Mangueira se propõem a apresentar alguns deles. Afinal, o Carnaval, enquanto manifestação cultural, pode e deve ser um canal de informação e transformação.

* Texto originalmente publicado no MEDIUM da Jornalista Marilda Campbell, uma apaixonada pelo carnaval carioca.

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