Profissionais que auxiliam alunos com necessidades especiais estão sem receber

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Cuidadores são os responsáveis por auxiliar alunos que precisam de uma atenção maior e têm mais dificuldades para assimilar o conteúdo que é passado pelos professores durante as aulas. Esses profissionais, que através da Adeso prestam serviço à Secretária Estadual de Educação – SEEDUC/RJ, estão com problemas. Muitos não recebem desde setembro do ano passado. Em outros casos, os benefícios prometidos para quem se candidatou às vagas não foram pagos corretamente.

Um cuidador no estado do Rio ganha R$ 703,03 para trabalhar meio período e R$ 1.237,33, integral. No caso de meio período, o Vale Refeição (VR) é de R$ 18,50/dia, além de R$ 132,24 de Vale Transporte – VT. Nos casos de integral, VR de 21,00/dia e VT também de R$ 132,24.

Após aceitarem trabalhar na função, muitos cuidadores passaram a receber os benefícios em valores mais baixos que o acordado. Alguns relatam que o VR pago era de R$ 8,00/dia. Outra reclamação constante entre os profissionais era não saber a que se referia o dinheiro depositado em suas contas – que normalmente cai em parcelas aleatórias, sem qualquer detalhamento.

“Pautamos com o secretário Pedro Fernandes [educação] sobre a situação desses trabalhadores. Eles precisam receber e os alunos precisam desse serviço. Tem muitos alunos sem essa mediação, isso é um problema sério. Defendemos que esses profissionais sejam concursados. O número de cuidadores que acabam saindo das escolas é muito grande, além dos salários baixos para essa função tão importante“, afirma Izabel Cristina Costa, coordenadora do SEPERJ – Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro.

Os profissionais que ficam muito tempo sem receber, deixam o cargo, o que causa outro problema: o estudante que necessita deste apoio fica, muitas vezes, meses sem a ajuda até que um novo cuidador seja contratado para ocupar a vaga. Além disso, em diversos casos, após o desligamento, muitas dessas pessoas não tiveram baixa em suas carteiras de trabalho e nem indicação de término do vínculo trabalhista nos contratos assinados.

“Minha filha tem dislexia. A cuidadora dela saiu por falta de pagamento, até conversei com ela, entendi o motivo. Depois disso, minha filha não se adaptou à nova cuidadora. Foi uma dificuldade para trocar, nesse processo todo, ela perdeu meses de aulas”, conta Lúcia, mãe de uma aluna da rede estadual.

Há cuidadores que receberam os salários atrasados, mas em parcelas e sem os benefícios – entre esses, uma espécie de bônus de crédito para celular que era prometido aos profissionais, pois eles precisavam enviar a localização online para a supervisora da escola, todos os dias, provando que estavam no colégio, e pra isso necessitavam ter internet no telefone.

Associação para o desenvolvimento social, educacional, cultural, e de apoio à inclusão, acessibilidade e diferença (Adeso) disse à reportagem, por meio de nota, que a instituição presta serviços à SEEDUC/RJ e os repasses são efetuados num prazo médio de 60 dias após a prestação dos serviços. Informamos, ainda, que nossa instituição pagou salário e benefícios com recursos próprios para mais de 95% da equipe de funcionários que exercem a função de mediadores nas escolas do estado do Rio de Janeiro. Temos pendências de pagamentos de alguns casos pontuais, a maioria por divergência de dados bancários do funcionário. Estamos sanando tais pendências com a abertura de conta desses funcionários a fim de que recebam sua remuneração não haja novos transtornos de pagamento. Imaginamos que tal situação esteja normalizada até as primeiras semanas de abril.

A Secretária Estadual de Educação do Rio de Janeiro – SEEDUC/RJ não respondeu os contatos feitos pela reportagem.

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