Primeiro de abril é dia da mentira. Mas e o dia do Caô? Digo isso porque defendo a tese de que Caô não é mentira. O Caô é uma verdade melhorada.
O Caô é uma mentira carioca, nascida ou adaptada ao jeito de ser do Rio. Ou seja, é uma mentira mais leve, relaxada, tranquilona. Quando um político engana a população, é mentira – na verdade, é verdade. Quando contamos uma história engraçada, porém não verdadeira para alguém, é um Caô.
Uma utilidade boa para o Caô é sua variação no campo das notícias jornalísticas. Não vou mentir em causa própria, tem muita fake news por aí nos noticiários da vida. Fake news coisa nenhuma, é caôzada braba, mesmo. Essa é a variação e a forma correta de chamar.
Outra variação do Caô, que está sempre se movendo, é o “Tá de Caô”. Essa forma cheia de conteúdo pode ser usada tanto em momentos de alegria como em momentos de sentimentos como tristeza, e até mesmo raiva.
Em minha verdadeira analise, o Caô é uma verdade modificada para melhor. Está longe de ser uma mentira, que é o oposto de verdade. Caô é uma ideia que pode até não ter acontecido, mas que deveria acontecer.
Caô é a verdade em movimento, o fato que não quis parar no jornal e foi curtir um rolé na boca do povo. Caô é a veracidade que foi dar uma zoada com a fidelidade, o rigor e a precisão. E esses nunca mais voltaram os mesmos após essa volta. Sem Caô. Na real.
Caô não é mentira. Caô é uma realidade nossa. O Caô é de verdade. Pode acreditar.
Texto sensacional! Definiu muito bem o significado do “Caô”. rs