Na manhã desta segunda-feira (06/05), em frente ao Colégio Militar do Rio de Janeiro, na Tijuca, Zona Norte, alunos, pais e professores de colégios federais da cidade protestaram contra o corte de 30% na verba de universidades e institutos federais, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) na semana passada. A escolha do local da manifestação foi estratégica, já que o presidente Jair Bolsonaro participava de uma solenidade em comemoração aos 130 anos da escola.
Entre as instituições afetadas, está o Colégio Pedro II (CPII), bastante tradicional no Rio de Janeiro, com 13 mil alunos. Além do CPII, participaram do ato estudantes do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFRJ), do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), da Fundação Osório e do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp-UFRJ).
Uma das principais reclamações é que o corte representa o descumprimento de uma promessa de campanha: ”Ele falou em campanha que ia dar ênfase para a educação de base e ensino médio, e isso ele não fez. Cortar verba da UFRJ é cortar verba em outros setores. A UFRJ tem hospital, ele também corta verba do hospital, tem centro de pesquisa de ponta do RJ”, criticou Davi Marques da Costa, pai de uma aluna do 8º ano do CAp-UFRJ.
Em comunicado divulgado na última quinta-feira (02/05), diretores do CPII disseram que o corte de 36,37% no orçamento de R$ 51 milhões é tão grande que terá ”implicações devastadoras” e ”consequências para a manutenção” da instituição.
Com isso, o estabelecimento vai perder mais de R$ 18 milhões para o custeio das unidades. No Rio de Janeiro, são 8 campus, que atendem alunos da educação infantil ao ensino médio.
A Fundação Osorio é uma instituição federal de ensino vinculada ao Ministério da Defesa, a qual levou alguns alunos de ônibus particular para desfilar na comemoração dos 130 anos do CMRJ e não para protestar.