O histórico Teatro Odisseia, uma das principais casas undergrounds do Rio de Janeiro, encerra suas atividades neste final de semana. Se para muitos a notícia pode soar como tristeza, há um alento: o local não fechará, e já a partir do dia 01/08 passa a se chamar Kubrick Bar, com show do guitarrista Victor Biglione.
O Kubrick Bar será administrado por Paulo César Ferreira, dono do La Esquina, casa de shows localizada exatamente em frente ao Odisseia, na Rua Mem de Sá, na Lapa.
O empresário, que assumiu o aluguel do local e comprou do antigo proprietário o equipamento de som e de refrigeração da casa, prometeu manter o tipo de programação que fez o Odisseia ficar famoso, voltado à mistura entre rock, pop, funk e música alternativa.
”O La Esquina era um espaço mais rock e acabou virando uma casa de música latina. Ele não concorre com o Odisseia”, disse Paulo César ao jornal O Globo.
O empresário disse ainda que pretende também investir em obras nos banheiros e camarins, reformular o som e ampliar o bar da casa, e que o comércio ambulante de bebidas na Lapa colaborou para as dificuldades que o Teatro Odisseia enfrentou nos últimos anos. Por isso mesmo, a sua decisão de melhorar o serviço de bar e cozinha que o Kubrick terá. ”O Odisseia estava precisando de um carinho para conseguir se levantar e voltar a ser o que era uns 10 anos atrás.”
Outro propósito de Paulo César Ferreira, esse em mais longo prazo, é de criar uma ‘interação’ entre o Kubrick e o La Esquina. ”A pessoa pode ir a um show num e depois ir a uma festa no outro.”
O Teatro Odisseia surgiu em 2004 com o objetivo de ser palco para novos artistas e intercâmbios com bandas de todo o Brasil e do mundo. Grandes nomes como Los Hermanos, Os Paralamas do Sucesso, CJ Ramone e Jello Biafra já se apresentaram no local.
O novo nome, Kubrick Bar, é uma homenagem ao inglês Stanley Kubrick, diretor do filme ”2001, Uma Odisseia no Espaço”.
O Brasil se acabando através da contracultura, contra-arte promovida pelo regime atual.