Rio das Artes: Rock’n’Rio, Rock’n’Raul

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Raul Seixas e Marcelo Nova

O primeiro fim de semana do mês que marca três décadas sem Raul Seixas é um momento difícil. Difícil para corroborar a afirmação, já feita pelo Lobão, de que o Rio seria “o túmulo do rock”. Antes mesmo do megafestival que leva o nome da cidade, o rock em geral domina a cena de shows interessantes e pequenos festivais pela cidade.

O Circo Voador recebe, neste sábado (03/07), o principal evento acontece deste rock weekend carioca, com uma dobradinha de shows em homenagem a Raul, que, se estivesse vivo, teria completado 74 anos no domingo passado, 28/07.

O headliner da noite é Marcelo Nova, que, há 30 anos, excursionava com Raul Seixas na turnê de lançamento de “A Panela do Diabo”, álbum que eles gravaram em dupla e lançaram naquele ano, combinando os estilos de cada um em faixas que vão da reflexiva balada “Carpinteiro do Universo” à distópica “Século XXI” (Você cruzou todas as fronteiras / Não sabe mais de que lado ficou / E ainda tenta e ainda procura / Por um tempo que faz tempo passou (…) Se você correu, correu, correu tanto / E não chegou a lugar nenhum / Baby oh Baby bem vinda ao Século XXI).

Foi em um hiato da turnê que Raul morreu, vítima de pancreatite, em 21 de agosto de 1989, aos 44 anos. Antes disso, teve tempo para um honroso canto de cisne, depois de quatro anos sem se apresentar ao vivo, debilitado por diabetes agravada por alcoolismo. “Meu médico receitou trabalho”, disse, sobre o disco em dupla, Marcelo Nova, que, na época, havia interrompido o Camisa de Vênus e iniciava carreira solo. No Canecão, com plateia de ilustres, como Caetano Veloso, aa estreia de “A Panela do Diabo” reuniu, no palco, Raul Seixas e Paulo Coelho, que não se viam havia 15 anos.

No Circo, Marcelo Nova promete tocar na íntegra “A Panela do Diabo”, com sua característica que nunca morre, de humor. Em vez de “denúncias cabeça” maçantes, tirações de sarro impagáveis, menção honrosa ao eterno hit “Pastor João e a Igreja Invisível” – aquele que transforma “água em vinho / chão em céu / pau em pedra / cuspe em mel” e nunca deixou de ser atual, ao longo dessas três décadas.


A abertura é com um herói da guitarra brasileira, que introduziu por aqui um estilo bem americano, sendo o  primeiro a tocar banjo de cinco cordas e lap steel guitar no país. Rick Ferreira, 66, é responsável por boa parte da sonoridade meio country em gravações de Raul Seixas, com o qual tocou de seu segundo álbum, “Gita” à derradeira “Panela do Diabo”. Ouça a guitarra de Rick em destaque na introdução de Super Heróis e o lap steel em S.O.S..

Marcelo Novaapresenta ‘A Panela do Diabo’ – abertura: Rick Ferreira e banda
Circo Voador. Rua dos Arcos, s/nº, Lapa. Tel.: 2533-0354. Sábado (3), com abertura dos portões às 22h. Entrada: R$ 100 (inteira) / R$ 50 (meia, válida também para quem levar 1 kg de alimento não perecível). www.circovoador.com.br.

Psicodelia em Botafogo
Além de Raul Seixas, Rick Ferreira tocou com uma infinidade de artistas, do sertanejo de Sérgio Reis ao countrycore do Matanza, passando pelo folk nordestino de Zé Ramalho e pelo iêiêiê de Erasmo Carlos, que nesta sexta tem mais um guitarrista dando cria a carreira  solo.

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Integrante da banda do Tremendão há cerca de uma década, e ex-líder do trio Filhos da Judith o  carioca Luiz Lopez apresenta na BLE Galeria e Arte, em Botafogo, sua Experiência Psicodélica, em que recria músicas dele, do próprio Erasmo e de outras referências, lançando mão de instrumentos menos  convencionais, como cítara e derbak, além de acordeon, com participação especial de Ary Dias, percussionista d’A Cor do Som. No mesmo evento, gratuito, a artista plástica Ludmila Zeger vai expor suas colagens e o Bo Brechó Maio 68 estará com roupas à venda.

Experiência Psicodélica com Luiz Lopez. BLE Galeria e Arte. Rua Dezenove de Fevereiro, 184, Botafogo. Tel.: 3820-9017. Sexta-feira (2), a partir das 20h. Entrada gratuita. 

Psicodelia no Centro

Seguindo a pegada psicodélica – e também digrátis – a Transfusão Noise Records, uma das gravadoras mais ativas do rock indie brasileiro atual, comemora o 6º aniversário de seu Escritório, perto da Saara entre o Campo de Santana e a Praça da República, durante o final de semana. São duas noites de shows. Na sexta (2), os shows rolam a partir das 22h, no andar de cima do Escritório, com Marianaa, BlastFemmeLaura Lavieri – o destaque da noite. 

No sábado (03/07), a festa é no mesmo local, mas na rua, a paartir das  19h, com o guitarrista Lê Almeida, fundador da Transfusão tocando com sua banda  atual, Oruã, que combina levadas indie e algum experimentalismo de batidas quebradas e solos meio dissonantes de diversos instrumentos. Também tocam Katina Surf, o eletrônico experimental Kartas e o progressivo Auramental, com longas viagens instrumentais – mas também com peso. 

Seis anos do Escritório Transfusão Noise Records. Rua da Constituição, 64, Centro. Sexta (2), a partir das 22h. Sábbado (3), a partir das 22h. Entrada gratuita. 

Robert Cray traz seu blues pop ao Aterro

Voltando a uma levada (bem) mais tradicional, já na sexta-feira (2),  um dos responsáveis pela renovação de blues e derivados para a era dos videoclipes, ao lado de Stevie Ray Vaughan (e dos produtores e Eric Clapton e B.B. King)), toca no Vivo Rio. 

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Já veterano, hoje,  Robert Cray mantém a voz intocada (e a guitarra suingada) aos 66 anos. Ele vem ao Rio depois de se apresentar no 5º Festival BB Seguros de Blues e Jazz, em São Paulo, onde seu repertório incluiu, entre outras, “The Same Old Love that Made me Laugh”, “I Don’t Care” e “Two Steps from the End”, além dos sucessos “Right Next Door” e “Nothing But a Woman” – pena que sem naipe de metais.

Robert Cray. Vivo Rio. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Aterro (altura do Castelo, em frente ao MAM). Horário: 21h30. Abertura dos portões: 19h30. Ingressos de R$ 70 a R$ 260, considerando meia entrada e preço inteiro, na bilheteria local ou pelo site do Vivo Rio.

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Jornalista especializado em versatilidade desde 1998, de polícia a política, já cobriu das eleições de 2010 à recessão econômica de 2015/2016. Colabora com o canal Rio das Artes, divulgador de cultura e entretenimento na Cidade Maravilhosa.

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