A Lapa mais uma vez foi palco de uma apresentação histórica da lendária banda de hardcore Dead Fish. Apresentando seu novo trabalho – “Ponto Cego” – no emblemático palco do Circo Voador, os capixabas fizeram duras críticas ao governo atual, e a todo contexto que culminou no cenário político de hoje. A apresentação ocorreu na última sexta-feira (09/08).
Com a presença de um bom público, a abertura dos trabalhos ficou por conta da banda mineira Black Pantera. O trio faz uma mistura de punk/hardcore e têm grandes influências do heavy metal produzido nos anos 90. Com letras recheadas de protestos, o destaque da apresentação ficou por conta de uma releitura espetacular do clássico “Carne Negra“, de Elza Soares. Aliás, os mineiros vêm se consolidando como um dos bons nomes da cena brasileira de rock.
Já o Surra, banda de trashpunk oriunda do litoral paulista, chegou com os dois pés na porta. Também em tom de reivindicação e sem dar chance para o público respirar, o grupo apresentou uma avalanche de brutalidade, com muita precisão e com cada nota sendo extremamente bem executada. Destaque para as frenéticas “Escorrendo pelo ralo”, “ A troco de nada” e “Cubatrash”.
Já passava de 1h quando o Dead Fish subiu ao palco do Circo Voador, com um setlist que privilegiou as músicas do novo álbum, tais como; “Sangue nas Mãos”, “Pobres Cachorros”, “Doutrina do Choque”, “Sombras da Caverna” e “Receita para o Fracasso”.
Evidentemente, a banda não deixou de lado os clássicos que o público venera, Queda Livre, Bem-Vindo ao Clube, Tão Iguais fizeram a plateia cantar os refrãos a plenos pulmões. Além da sempre aclamada Sonho Médio. Para finalizar a banda entregou o clássico Afasia, que gera uma verdadeira catarse coletiva já nos primeiros acordes.
Mas o ponto alto da apresentação foi quando três meninas da platéia subiram no palco e literalmente tomaram o microfone das mãos do vocalista Rodrigo Lima para cantar a música “Mulheres Negras”. O frontman assistiu a tudo maravilhado e no final parabenizou o trio pela performance.
O Dead Fish mais uma vez estreitou sua relação com o fiel público carioca que acompanha a banda nesses últimos 28 anos de carreira e provou que o Circo Voador é definitivamente a sua casa .
Não tocaram Pobres Cachorros, se confundiram aí