O incêndio no Morro dos Cabritos na madrugada de sábado para domingo e que deixou vários cariocas assustados pode não ter sido causado por um balão, é nisso que acredita o candidato ao senado Cesar Maia.
Para o candidato acreditar que o maior incêndio na área urbana do Rio de Janeiro ter sido causado por um balão seria simplista. Não guardaria relação com estes 100 anos em que balões circulam e de anos e anos atrás, com muito mais liberdade e de muito maiores dimensões. O incêndio seria então criminoso, podendo ter sido causado por criminosos com a idéia de sabotar a ação da polícia na região.
Mas é claro que isso não diminui o perigo representado por estes criminosos, se esse não foi causado por eles, muitos outros foram e serão enquanto essa prática não for abolida de nossa cidade.
Abaixo o artigo de Maia:
IMPRESSIONANTE INCÊNDIO DEVASTA MATAS NA ZONA SUL DO RIO!
1. O incêndio de grandes proporções na mata no Morro dos Cabritos foi o maior já ocorrido em uma área urbana densamente povoada na história da cidade do Rio. A explicação que teria sido causado por um balão é simplista e não guarda relação com estes 100 anos em que balões circulam e de anos e anos atrás, com muito mais liberdade e de muito maiores dimensões.
2. O incêndio começou pelas laterais, como se pode ver neste link, e depois se espalhou, como se pode ver neste outro. Explicar como sendo ocasionado por balão é fácil, pois com o incêndio, não haverá como demonstrar se sim ou se não.
3. Mas a reconstituição através dos vídeos amadores feitos por centenas e centenas de pessoas poderá ajudar a esclarecer. Não se pode descartar que tenha sido sabotagem realizada por quem se sente incomodado com a ação da polícia na região. O início pelas laterais pode sugerir esta linha de investigação. A perícia tem que trabalhar todas as hipóteses.
4. Para se ter uma ideia da gravidade, a Federação das Indústrias realizou, em 2007, um levantamento aerofotogramétrico das favelas da cidade do Rio e comparou com o levantamento feito em 2002. Conheça. Nesse período, todas as favelas juntas da cidade cresceram 250.279 m2. Todas as favelas juntas da Zona Sul da cidade cresceram nesse período 5.100 m2. Como se sabe, a crítica ao crescimento das mesmas tem como foco o desmatamento e até por isso se sugere a construção de muros nas favelas da zona sul do Rio.
5. O prefeito calculou em 4 Maracanãs a área devastada. O Estado de SP relatou que "Incêndio no Rio devasta 40 mil m2 de morro". Se fosse apenas o campo de futebol, essa área seria de 100X70 = 7.000 m2 x 4 = 28 mil m2. Mas ele teria dito 4 campos de futebol e não 4 Maracanãs. Como se supõe que o prefeito falou do perímetro todo do estádio do Maracanã, teremos pelo menos 10 vezes isso ou 280 mil m2. Ou seja, na melhor hipótese, quase 6 vezes o crescimento das favelas entre 2002 e 2007. Um número espantoso.
Amigo Quintino Gomes Freire concordo que há perigo na soltura de balões, mas deixe-me esclarecer uns pontos importantes. O ponto mais importante se refere a tempos memoráveis e românticos, que acredito vc ainda não era vivo: ano de 1958, quando em toda cidade do Rio de Janeiro as festas juninas eram comemoradas no mês dos dias de Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho). Cabe ressaltar que nestas festas era hábito a soltura de balões, e a grande maioria destes eram de pequeno o médio porte. É importante salientar que 1958 foi o ano da conquista da primeira Copa do Mundo de Futebol, realizada na Suécia. Cabe ainda ressaltar que esta copa se realizou no mês de junho. E ainda, o jogo final da Copa se realizou no dia de São Pedro – dia 29 de junho. Dia este em que todas as atenções do nosso povo brasileiro se voltava para este jogo. O jogo iniciou por volta de 9 horas da manhã. Neste dia eu morava em um casarão na Rua Pereira da Silva em Laranjeiras, cujo terreno iniciava na rua citada e terminava em Santa Teresa. Antes de iniciar o jogo já circulavam balões nos ares. A partir do momento que o Brasil virou o placar contra a Suécia, aumentou de forma rápida a quantidade de balões. Nobre amigo, quando encerrou o jogo com o Brasil Campeão, implantou-se na cidade imensa festa. E lhe afirmo, por ser eu testemunha ocular deste momento de sublime alegria popular: estivesse você vivo este dia e presenciando o momento desta festa imensa e voltasse sua vista para o céu, sem nuvens, você presenciaria o fato de centenas de balões que subiam, caiam, passavam no espaço atmosférico de onde nosso terreno se permitia ver. Dir-se-ia que imensa fogueira aérea se apresentava a nossos olhos. E isto ocorria na grande maior parte de nossa cidade do Rio de Janeiro. E, pasme, a cidade não sucumbiu a esta imensa fogueira aérea composta pelo somatório das buchas acesas destes centenas ou até centenas de milhares de balões que foram soltos naquele histórico dia. Sim alguns poucos balões podem ter ocasionado pequenos incêndios neste dia. Porém, tenho certeza que você não terá nunca a verdadeira dimensão deste fato que lhe narro, e até não acredite no que lhe expus. Era necessário Ver para Crer… Digo-lhe: Há imenso superdimensionamento destes poucos eventos que hoje podem ocorrer, mas que não significa que deixe de existir perigo nesta prática, mas o que digo é que ao longo dos anos, esta prática é divulgada nas mídias em grande escala, enquanto as queimadas na amazônia e pantanal aos poucos vão produzindo efeitos desastrosos, não em cidades, como a do Rio de Janeiro, mas desastrosos sim aos seres humanos deste nosso país… Abraço…