Nesta quinta-feira (21/11), a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) deu início à instalação de placas com novas sinalizações de atendimento prioritário nos locais sob a sua gestão. O objetivo principal da iniciativa é a inclusão do laço, símbolo mundial do autismo.
O 1º dos locais a receber a placa foi a Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A solenidade contou com a presença da primeira-dama, Sylvia Jane Crivella, e do secretário municipal de Cultura, Adolfo Konder, entre outras pessoas.
”Todos os equipamentos culturais da Secretaria terão atendimento preferencial para pessoas com Transtorno do Espectro Autista”, disse Konder.
Para ele, a gestão de Crivella tem como foco primordial garantir o acesso e os direitos da população aos centros culturais, teatros, lonas e arenas cariocas.
”A Cultura é direito de todos e é nosso dever lutar sempre pela inclusão”, complementou o secretário.
A iniciativa corresponde à Lei do Lacinho, que determina a inclusão da sinalização referente à prioridade de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O símbolo, isto é, uma fita de conscientização utilizada em outras causas, tem como estampa peças de quebra-cabeça, que retratam a complexidade do autismo, ou seja, a dificuldade de se compreender o TEA. A cura é a peça que falta.
As diferentes cores referem-se à diversidade de pessoas que convivem com o autismo. Vibrantes, elas representam a esperança na eficácia dos tratamentos e na conscientização por parte da sociedade.
A fita geralmente é utilizada para identificar locais onde pessoas com TEA são bem-vindas. A placa original, instalada nos espaços culturais da cidade, já correspondia a 4 categorias de atendimento prioritário: idosos, pessoas acompanhadas por crianças de colo, gestantes e portadores de deficiência física. O laço, simbolizando as pessoas com Transtorno do Espectro Autista, é o 5º ícone acrescentado à nova sinalização.
“O símbolo, isto é, uma fita de conscientização utilizada em outras causas, tem como estampa peças de quebra-cabeça, que retratam a complexidade do autismo, ou seja, a dificuldade de se compreender o TEA. A cura é a peça que falta.”
Raphael, não sei se vc percebeu, mas vc deu um ótimo motivo pra nós autistas semos contra o uso de peças de quebra-cabeça como símbolos do autismo. Afinal, quem diz que “autismo é complexo demais” geralmente acredita nisso porque nunca ouviu um autista falar sobre como é ser autista. E a ideia de “curar o autismo” é particularmente perversa porque “curar” a condição seria basicamente matar a pessoa que nós somos e substituí-la por um indivíduo neurotípico totalmente diferente, com outros traços de personalidade, outros desejos, outro sonhos, outros hobbies, outros gostos, outras missões de vida etc. Em outras palavras, quando alguém fala de “curar autismo”, está na verdade falando, mesmo sem perceber, de matar quem nós somos e fazer pessoas totalmente diferentes surgirem dentro de nosso corpo.
Isso sem falar que o cérebro autista é um cérebro diferentemente estruturado por natureza. “Curar” a condição implicaria causar mutações de consequências imprevisíveis nos nossos cérebros e talvez até mesmo inutilizá-lo.