Hoje foi colocado o último prego sobre a versão impressa do Jornal do Brasil. Um anúncio de página dupla anunciou que a partir do dia 1o de setembro o JB só será encontrado em sua versão online. A decisão foi do empresário Nelson Tanure.
O anúncio vem com o slogan “O JB vai sair do papel. E entrar na modernidade”. O formato do jornal também será compatível com e-readers como iPad e Kindle. A assinatura mensal será de R$ 9,90. E, é aquilo, será que vai valer a pena assinar ou a morte também na versão online é questão de tempo?
Como homenagem uma pequena timeline daquele que já foi o maior jornal de nosso estado. Usei como fonte um hotsite especial do próprio JB contando sua história e claro, a Wikipedia. A parte sobre a união de O Dia e Jornal do Brasil foi retirada do site O Repórter. Quem quiser se aprofundar mais, vale ler este texto.
Como se pode ver o JB passou em sua história por muitas crises financeiras, políticas e já chegou a fechar suas portas por alguns períodos. Torcer para que ele renasça:
9 de Abril de 1891 – fundado o Jornal do Brazil pelo ex-ministro da Justiça Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas para defender a monarquia deposta dois anos antes. Meses depois Joaquim Nabuco assume a chefia de redação e começa a criticar o regime republicano. A sede era um pequeno sobrado na Rua Gonçalves Dias 56, no Centro do Rio
5 de dezembro de 1891 – lança sua primeira edição especial por ocasião da morte de Dom Pedro II. Aumenta as animosidades com o governo e a sede do jornal é invadida e Dantas e Nabuco são afastados.
Dezembro de 1891 – Henrique de Villeneuve passa a comandar e chefiar a redação e inicia articulação para transformar a empresa em sociedade anônima.
Abril de 1892 – assumem novos proprietários ligados a monarquia. O jornal passa por crise financeira ligada as invasões e as mudanças de comando.
Abril de 1893 – Novo grupo ligado a Rui Barbosa compra o jornal e ele assumi a função de redator-chefe. Nesta fase tinha o Barão do Rio Branco como colaborador. O jornal passa a defender o regime republicano.
Setembro de 1893 – o presidente da República, Floriano Peixoto, determina o fechamento do jornal e manda caçar Rui Barbosa vivo ou morto. A razão foi pelo Jornal do Brasil ter sido o único periódico a publicar o manifesto do Contra-Almirante Custódio de Melo quando da eclosão da Segunda Revolta da Armada.
15 de novembro de 1894 – depois de 1 ano e 45 dias o jornal volta a circular sob a direção da família Mendes de Almeida. A proposta agora era ser um jornal popular, voltado para as reivindicações populares. Seções destinadas a atender às reclamações do povo foram criadas. O noticiário policial ganhou espaço nas páginas do jornal.
1897 – primeiras caricaturas são publicadas
1900 – primeira edição vespertina publicada
1905 – inicia a construção da nova sede na Avenida Central (atual Rio Branco), junto com compra de nova maquinaria. Isso ajuda leva a novas dificuldades financeiras
1906 – o jornal passa a ser sociedade anônima.
1o de agosto de 1906 – sua primeira página passou a ser totalmente ocupada por anúncios classificados, alteração gráfica que perduraria por mais de quarenta anos.
12 de janeiro de 1910 – a redação e as oficinas passaram a funcionar no novo edifício da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco 110 – onde está instalada hoje a sede do jornal. Projetado pelo arquiteto italiano Benvenuto Berna, o prédio era, na primeira décado do século, o mais alto da América Latina e o primeiro a ser construído com estrutura metálica.
1912 – lançada a página ilustrada de Esportes às quintas e domingos.
1913 – surge a seção dominical Modas e Elegâncias e uma série de reportagens sobre as condições das favelas, que levaram o presidente Hermes da Fonseca a visitá-las, acompanhado de diretores e redatores do Jornal do Brasil, com a promessa de melhorá-las.
1914 – começa a I Grande Guerra e o encarecimento do papel leva o jornal a nova uma grave crise financeira. A empresa é hipotecada ao Conde Pereira Carneiro.
1919 – sem poder resgatar a hipoteca feita a Carneiro o jornal passa a suas mãos. O jornal deixa de lado as questões populares e sensacionalistas e passa a ser mais moderados evitando campanhas que representem riscos financeiros.
1921 – com 21 anos Barbosa Lima Sobrinho começa a escrever no jornal, e continua por quase 80 anos.
1922 – apóia a candidatura de Nilo Peçanha à presidência.
1924 – apesar do apoio a Peçanha, o presidente Arthur Bernardes nomeia Anibal Freire, então diretor do jornal, como Ministro da Fazenda
1926 – apóia a candidatura de Washington Luís à presidência. E o apoio continua após sua vitória e contra a candidatura oposicionista de Getúlio Vargas.
1930 – Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder o jornal foi invadido e empastelado e por 4 meses ficou fechado.
1931 – a chefia da redação é mudada, sai Aníbal Freire, ligado ao governo deposto, e é substituído por Jânio Pombo Brício que tinha bom relacionamento com o governo Vargas.
1932 – o jornal apóia a Revolução Constitucionalista em São Paulo.
1934 – o Conde Pereira Carneiro, dono do jornal, ingressa ao Partido Autonomista do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e se candidata à Constituinte. O jornal passa a ser o veículo de divulgação de sua plataforma autonomista.
1934 – assume como diretor-tesoureiro José Pires do Rio para tentar resolver crises financeiras surgidas no início da década. Com amplos poderes, Pires do Rio desagrada Aníbal Freire, que já estava novamente no jornal. Para ele o Jornal do Brasil deveria ser um boletim de classificados – só assim conseguiria sair da crise. Os fatos políticos passaram a ter menos destaque, assim como as artes e a literatura. As primeiras páginas do jornal eram inteiramente dedicadas aos anúncios. O jornal ganha o apelido pejorativo de "jornal das cozinheiras".
1935 – o jornal não apóia a Intentona Comunista e simpatiza com a Lei de Segurança Nacional
1937 – vê o Golpe do Estado Novo como alternativa viável para a crise política apesar de discordar com a continuidade de Getúlio no poder e apoiando Armando Sales Oliveira à presidência da República.
1945 – apóia o candidato oposicionista Eduardo Gomes e a deposição de Vergas do poder.
1946 – Durante o governo Dutra, o Jornal do Brasil prosseguiu em sua trajetória de jornal popular, mantendo o destaque dos anúncios classificados em suas primeiras páginas.
1950 – morre o diretor do Jornal do Brasil, José Pires do Rio, pouco depois o conde Pereira Carneiro se afasta da direção da empresa.
1954 – falece Pereira Carneiro e sua viúva Maurina Dunshee de Abranches Pereira Carneiro, a Condessa, como ficou conhecida, assumiu o lugar do marido. Contando com a colaboração de seu genro, Manuel Francisco do Nascimento Brito – que fizera um curso para editores na Universidade de Columbia e estava à frente da Rádio Jornal do Brasil desde 1949 – e do acadêmico e ex-jurista Aníbal Freire, com longa experiência na empresa. Por intermédio de Nascimento Brito, o jornal adquiriu novos equipamentos gráficos, com os recursos técnicos necessários para sua modernização. A condessa Pereira Carneiro, também convencida de que o jornal precisava mudar para assegurar a sua sobrevivência, viajou aos Estados Unidos em busca de novas idéias.
1956 – lançado o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, criado pelo poeta Reynaldo Jardim, e onde escreveram Mário Faustino, Ferreira Gullar, os irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Mário Pedrosa.
1957 – no processo de reformulação a direção do jornal convida Odylo Costa Filho, que trouxe com ele uma equipe de jovens jornalistas, que trabalhavam no Diário Carioca e na Tribuna da Imprensa, da qual faziam parte Jânio de Freitas, Carlos Lemos, Wilson Figueiredo e Amílcar de Castro, entre outros, que imprimiram ao jornal um estilo mais leve e agressivo ao mesmo tempo.
1958 – Odylo Costa deixa o jornal
Junho de 1959 – pela primeira vez, a primeira página do jornal saiu com os classificados em L, concretizando a nova realidade do jornal.
Setembro de 1960 – lançado o Caderno B, lançado em setembro de 1960, primeiro caderno da imprensa brasileira exclusivamente dedicado a variedades e passou a ser o modelo para os segundos cadernos e cadernos culturais editados em todo o País. O caderno B, espelho do comportamento da época, lançou e acolheu nomes como Drummond, Clarice Lispector, Fernando Sabino, Henfil, Ziraldo, Marina Colasanti, Carlos Leonam e Zózimo Barroso do Amaral, entre outros, num jornal que ainda contava com colunistas do porte de Carlos Castello Branco, João Saldanha, Armando Nogueira e Alceu de Amoroso Lima.
Maio de 1961 – Alberto Dines passa a ser o editor-chefe, em substituição a Jânio de Freitas e consolidou a reforma iniciada na década passada. Durante sua gestão foi criado o Departamento de Pesquisa – que contribuía com dados e análises, para situar os fatos em seus contextos e facilitar a compreensão do leitor – cuja atuação gerou o surgimento de inúmeros bancos de dados pelo país. São desta época ainda o Caderno Especial, os Cadernos de Jornalismo e Comunicação e o Festival JB de Curtametragem.
1964 – o jornal apóia o Golpe Militar, mas combate algumas ações dos militares. O jornal passa por represálias, censura prévia e a presença de censores na redação; com a intimidação e a prisão de diretores e editores, em pelo menos duas ocasiões; com a força, como na invasão de sua sede em 1964 e com o boicote econômico por parte do governo, o que causaria sérios prejuízos à empresa.
14 de Dezembro de 1968 – no dia seguinte a publicação do AI-5, com o jornal censurado, o Jornal do Brasil publica várias matérias dispersas substituindo as censuradas. Isso inclui uma nota sobre o clima que se tornou clássica: “Tempo negro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos. Máx.: 38º em Brasília. Mín.: 5º, nas Laranjeiras”
1973 – o jornal substitui sua sede para um novo prédio, na Avenida Brasil nº 500, projetado para abrigar todas as empresas do grupo e um possível canal de televisão – que então constava dos planos da empresa – num ponto estratégico para a logística de distribuição do jornal. Foi um investimento de vulto que, por força das circunstâncias que se sucederiam, teria influência nos destinos da empresa.
1976 – o general Hugo Abreu, chefe do Gabinete Militar da Presidência da República, monta o relatório confidencial ”Medidas contra o Jornal do Brasil”. Objetivo: reprimir ”a sua ação contestadora e subversiva permanente”. Entre as sugestões figuravam a suspensão do crédito e publicidade oficiais. Recomendava-se que o governo estadual participasse do esquema de pressões. Outras medidas incluíam a liquidação sumária dos débitos da empresa com entidades públicas, sem qualquer espécie de negociação; pressões contra anunciantes do jornal, sob ameaça de corte de crédito oficial; investigação fiscal e política da empresa e de seus diretores; suspensão do credenciamento de repórteres da empresa no Planalto, ministérios e órgãos estaduais. Propunha, por fim, a censura a qualquer momento, mas preferencialmente ”a apreensão do jornal depois de impresso, antes da distribuição”.
Abril de 1976 – publicou-se o primeiro número da Domingo, revista que alcançou imediato sucesso editorial e repercutiu intensamente no meio jornalístico. Ao longo do tempo, a publicação modernizou-se e abrigou equipes sempre formadas por profissionais de primeira linha.
Setembro de 1978 – o JB devolve suas concessões de Tv devido ao crco publicitário, censura, escuta telefônica e prazos improrrogáveis para colocar uma emissora de televisão no ar
1981 – o Jornal do Brasil obtem um prêmio Esso sobre sua investigação do caso RioCentro
1982 – denúncia o caso Proconsult nas eleições estaduais do Rio de Janeiro que visava beneficiar a candidatura de Moreira Franco e impedir a vitória de Leonel Brizola.
1983 – com o falecimento da condessa Pereira Carneiro, Manuel Francisco do Nascimento Brito, que desempenhava havia anos funções relevantes no comando da empresa, assumiu a presidência.
Outubro de 1983 – Nascimento Brito organizou um jantar, na casa do advogado Miguel Lins, em homenagem ao então governador de São Paulo, Franco Montoro. Em meio às conversas, emergiu a idéia da campanha pelas Diretas Já.
1984 – vincula-se à campanha que elegeu Tancredo Neves presidente da República no Colégio Eleitoral em 1985.
1986 – tem início a informatização da redação
1988 – o jornal éi um crítico feroz da nova constituição por considerá-la um documento que tornaria o país quase ingovernável.
1990 – a década é marcada pelo agravamento da crise empresarial,
1995 – é a primeira publicação a lançar seu conteúdo na internet.
Fim da década de 90 – o jornal terceiriza integralmente sua impressão e parte da distribuição com o jornal O Dia. A publicidade também foi contemplada, o anunciante poderia publicar em ambos jornais ganhando desconto.
Parte da estrutura do JB foi parar na Rua do Riachuelo, 359. Porém, durou pouco. As duas empresas tinham uma cultura totalmente distintas e a divisão do bolo publicitário não deu certo. Uma confusão marcou um fim de ano com os funcionários das duas empresas.
Um caminhão da Sadia havia estacionado no portão de entrada do prédio do Jornal O Dia. O presente de fim de ano era o famoso peru, que os funcionários deveriam retirar na saída, apresentando o crachá da empresa. Os colaboradores de O Dia garantiram o peru da ceia de Natal, já os do Jornal do Brasil não foram contemplados. A publicidade que pagou os perus da Sadia, fora publicada somente pelo Jornal O Dia. Logicamente, a parceria não terminara com tal fato, mas tornou-se emblemático.
2001 – a marca Jornal do Brasil é arrendada por 60 para à CBN, Companhia Brasileira de Multimídia, que tem como maior acionista Nelson Tanure, que assume a administração da nova empresa. E volta para à Avenida Rio Branco 110, no Edifício Conde Pereira Carneiro, onde já tinha se instalado o jornal no passado.
Janeiro de 2003 – lançado o JB Barra.
Fevereiro de 2003 – começa a circular o Jornal do Brasil em Brasília Morre Manuel Francisco do Nascimento Brito, depois de meio século de presença no comando do Jornal do Brasil,
2005 – instala-se na Casa do Bispo, imóvel histórico.
16 de Abril de 2006 – começa a circular nas bancas no “formato europeu”.
2008 – realiza uma parceria de digitalização com o buscador Google que resultou no livre acesso em texto completo das edições digitalizadas das décadas de 30 a 90
Julho de 2010, foi anunciado o fim da edição impressa do jornal que passa a partir de setembro a ser apenas on-line.
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2 COMENTÁRIOS
MEU NOME EH MARCIA SILBVA COSTA
……ESTUDANTE
..UFRJ 17!..ETEFEQ 13! TJ- 26…DEZEM.
GOSTO ACENTUADO PELO CENARIO JURIDICO
MEANDROS DA JUSTICA
…INDIANISTA……..CONFESSO GOSTO NAS TINTAS
…..ARTE PRA Q ARTE
………..SOU DESSE BRASIL
……ABNEGO EM IMISCUIR GEOMAS …..ENTRAVES DOS TEMPOS
…………..HAJA AMOR A DEUS
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