De 30/11 a 02/12, parte do Serviço dos Pavões – considerado um dos mais belos serviços de louça de jantar da história da humanidade – será exibido na galeria Roberto Haddad, que fica na Rua Pompeu Loureiro, 27a, em Copacabana. Nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro (sábado e domingo) os horários de exposição vão de 14h às 20h. No dia 2 de dezembro, segunda-feira, é de 10h às 20h. O leilão acontece nos seguintes dias: 3, 4, 5 e 6 de dezembro (de terça à sexta), começando às 15.
As 73 peças de louça de D João VI vão a leilão partindo de R$ 400 mil. Especialistas consultados pelo DIÁRIO DO RIO avaliam o conjunto em meio milhão de reais.
O Serviço dos Pavões é uma coleção de jantar Real, confeccionado em porcelana de pasta dura, de finíssima qualidade, que foi produzida na China do Imperador Qianlong, sob encomenda, para a Europa, trazido e comercializado pela Companhia das Índias Ocidentais.
“O Serviço dos Pavões tem ímpar relevância na história do Brasil. Trazido pelo Príncipe Regente de Portugal, depois D. João VI, fundador do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, fez parte do acervo da corte que protagonizou a maior mudança na vida do Brasil português. Do ponto de vista artístico, é sem dúvida o mais belo exemplar da louçaria trazida pelos monarcas portugueses. O tema e o padrão decorativo do Serviço dos Pavões não são únicos, foram amplamente reproduzidos. Porém, variações notáveis nas bordas de cada aparelho nos permitem diferenciar os que pertenceram à Real Fazenda de Santa Cruz, de D. João VI, de seus congêneres. Isso torna inconfundível as peças históricas”, destacou Paulo Barragat, colecionador que tem peças deste histórico Serviço.
A denominação “Serviço dos Pavões” se dá pelo fato de que as louças são decoradas com esses animais como elemento principal, o que é considerado pelos especialistas uma influência francesa.
As peças do Serviço dos Pavões têm cotação internacional. São bastante procuradas pelas principais casas de leilões do mundo, como a Sotheby’s, a Christie’s e a Bukowski’s. No Brasil, diversas famílias tradicionais colecionam as peças, como os Monteiro de Carvalho, e os Setúbal.
“As peças de forma (todas aquelas que não são pratos e travessas) são as de maior valor e as mais procuradas por todos, como manteigueiras, bowls e sopeiras”, segundo Cláudio Castro, empresário carioca que possui uma grande coleção das famosas louças de D. João VI.
Em formato redondo, os pratos são de porcelana branca, encaroçada, decorada com esmaltes nas cores habituais da chamada “família rosa”. Em sua borda conta figuram quatro ramos postos em cruz e a orla rouge de fer, alternada com chamativas estilizações de ramos na cor azul. No campo, está o casal de pavões sobre rochas e um ramo com grandes peônias, separados da borda da peça por um friso flordelisado. Além de pratos de vários tamanhos, foram confeccionadas sopeiras de vários tipos, terrinas, molheiras, travessas de vários formatos, manteigueiras, meleiras, wine-coolers e tigelas.
“Em resumo, eu ressaltaria que trata-se de um serviço importante na história da porcelana chinesa de interesse internacional que teve produção controlada e que se destaca pela diversidade das peças e qualidade do padrão decorativo, tradicionalmente caracterizado como da família rosa, mas em que o verde já ganha importância decorativa. Vale destacar que o antigo serviço usado no Paço de São Cristóvão se dispersou ao ter suas peças vendidas no início da República”, disse Paulo Knausse, diretor do Museu Histórico Nacional.
Estima-se que cerca de vinte mil peças do Serviço dos Pavões tenham sido produzidas entre 1750 e 1795, restando hoje cerca de cinco mil distribuídas por todo o mundo.
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