Papo de Talarico: A barraca da atleta na Lagoa da gentileza

Remadora é uma figura autêntica da cidade do Rio de Janeiro

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Edna na Barraca da Atleta e a gentileza no RJ
Edna é símbolo de garra e autenticidade

Esses dias, me lembrei de um profeta que não conhecia quando criança, o qual faleceu em 1996. Depois, mais velho, com mais de 20 anos, um dia, comprei uma camiseta com os dizeres: “Gentileza gera Gentileza”. Um certo tempo após, resolveram desvirtuar a frase para “gentileza gera gente folgada”. Sigo acreditando na primeira e discordando da segunda. Gentileza é algo poderoso. Uma palavra gentil pode mudar o dia de uma pessoa, assim como uma grosseria. Qual você prefere?

Claro, existe bastante gente folgada, daquele tipo que adora se aproveitar. Como outro dia na Lagoa. Um rapaz de bicicleta passou por um vendedor e pediu “me dá um coco”. O senhor, gentil, abriu um coco, colocou o canudo e entregou, sorrindo. O rapaz na bicicleta saiu pedalando. O vendedor gritou perguntando sobre o pagamento. “Eu pedi para você me dar, não para vender”, gritou de volta o salafrário. São cenas do Rio de Janeiro.

Pé de coco verde

Ouvi essa história na Barraca da Atleta, enquanto tomava um coco, logo após pagar, logicamente. Edna é atleta mesmo, rema pelo Botafogo atualmente. É autêntica e irreverente, de sangue quente. Simpática, mas que não dá mole para os arrogantes que aparecem. Não se assuste se ouvir um xingamento indo em direção a algum malandro ou soberbo que chegar pedindo coco sem educação. Ainda por cima, ela é uma entusiasta de cães. Abre os cocos para eles, que comem toda a deliciosa carne branca, felizes da vida.

Já ouvi outras histórias de Edna, como algumas das diversas competições que a fizeram conhecer muitos lugares do mundo, por exemplo. Edna é uma profeta da gentileza através da sua firmeza e trabalho árduo diário, seja remando, seja vendendo seus cocos mágicos que renovam as energias de tantas pessoas. Ela é uma daquelas figuras que nos alegra e fascina, que exaltam e fazem crer numa cidade maravilhosa.

Naquele dia, sentada, depois de me contar a história que relatei do coco dado, ao ver um cão comendo um de seus frutos, ainda disse: “Por essas e outras que cada vez gosto menos dos humanos e mais desses animais”. 

Entendo, Edna. Entendo. Porém, no fim das contas, após o sol se despedir, e antes de dormir, quando surgem minhas incessantes reflexões, penso que você é uma das pessoas que me faz continuar gostando de pessoas. Gratidão pela sua autenticidade.

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