A campanha do O Globo contra o Rio de Janeiro

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Cesar Maia hoje em seu ex-blog reclama de uma campanha que O Globo está fazendo contra ele, com histórias como a da favelização de uma área do Leblon que não existiu e agora a história do IPTU.

Mas, pessoalmente, parece uma campanha contra a cidade do Rio de Janeiro, afinal, para O Globo quanto pior melhor. Maia chama a atenção para a perda de prestígio do jornal, especialmente na esfera nacional, cada dia mais virando um mero tablóide.

O problema não são as críticas à Prefeitura do Rio, estas são saudáveis quando feitas com jornalismo de verdade (ou seja, qualquer coisa que o Boechat não faça), mas sim a sanha política do O Globo.

Uma pergunta que li em vários blogs, por que O Globo não defende um boicote ao IPVA (o estado é o responsável pela segurança que tanto os moradores reclamam) e ao Imposto de Renda? Ou todo mundo dança, ou ninguém dança.

Leia o artigo de Cesar Maia:

CAMPANHA DIRECIONADA!

1. Uns dias atrás, este Ex-Blog, publicou uma análise sobre campanhas na imprensa. E destacou um dos três vetores citados: a campanha direcionada, lembrando que era sempre destrutiva. E demonstrou que o jornal O Globo faz descaradamente uma campanha direcionada contra o prefeito do Rio. Uma campanha muito parecida com o que a Tribuna da Imprensa fazia nos anos 50, com o mesmo DNA.

2. Os estudiosos dizem que a "doença infantil do jornalismo" é não entender qual seu campo de atuação e sua função, e atuar como um partido político. Ou seja, disputando poder pelo poder, apoiando ou denegrindo. O Globo atua como um partido político no Rio. Não aceita um governante com autonomia e independência. Gosta de governantes submissos, reativos à suas matérias, que se sentem à mesa com intimidade.

3. Não conformado com a histórica vitória nas eleições para prefeito em 2004, iniciou uma campanha direcionada contra o prefeito do Rio. Apoiou com pompas e circunstâncias a intervenção inconstitucional na saúde do Rio, derrubada pelo STF por unanimidade. Iniciou uma campanha com direito a selo -ilegal e daí. Multiplicou, com outra campanha sobre favelização, depois desmoralizada pelas fotos e pelos fatos. Deu início, e depois multiplicou a campanha contra o pagamento do IPTU. Hoje -meio envergonhado- fez um mini-editorialzinho dizendo que apóia não se pagar IPTU, e que é uma campanha válida. Abriu o jogo descaradamente.

4. Esse jogo tem um preço alto para o Rio. O Globo virou um tablóide regional "vespertino" no tradicional estilo das manchetadas dos anos 50. Ontem enquanto os jornais de alcance nacional abriam manchete sobre a crise econômica e a queda das bolsas, o Globo tratava de fazer piada e ironia com uma proposta de aqueduto, dando toda a página três para isso.

5. O Rio não tem mais um jornal de opinião nacional. Pesquisa feita uns meses atrás com altos executivos e dirigentes políticos, não moradores do Rio, mostrou que nenhum -nenhum deles- lia o Globo nos finais de semana. Um preço alto para o Rio que sempre teve -desde D. João- uma imprensa referência de nível nacional. A atual direção transformou um trabalho de décadas de seus fundadores, num tablóide populista desorientando a classe média. Como a matriz citada.  Só que agora há um universo de vetores informacionais, que tira este poder dos que, ingenuamente querem ser… mais um partido político.

4. Mais uma campanha, que passará, num jogo -desesperado e destrutivo- de tentativa e erro. Qual será a próxima campanha do Globo contra o prefeito do Rio? Na verdade: qual será a próxima campanha do Globo contra si mesmo, contra a sua história, contra o jornalismo????

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