A história do Méier: Um retrato do bairro emblemático do Rio de Janeiro

Conheça o passado do local que é orgulho do subúrbio e dos suburbanos

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Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio

Localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, o Méier é um bairro repleto de história e tradição que se entrelaçam com a própria essência da cidade, sendo muito mais do que uma localidade no mapa. Fundado em meados do século XVIII, sua história remonta a um passado rico e diversificado, desde os tempos em que era uma área rural, pontuada por uma fazenda de cana-de-açúcar, até se tornar o bairro vibrante que conhecemos hoje.

No século XVIII, o bairro do Méier, assim como grande parte da cidade do Rio de Janeiro, era ocupado por uma fazenda de cana-de-açúcar. Em 1760, um conflito entre os jesuítas, que detinham a propriedade da fazenda devido a uma doação de Estácio de Sá, e a coroa portuguesa resultou na expulsão dos religiosos. Devido a isso, as terras foram leiloadas e divididas em três partes distintas: Engenho Novo, Cachambi e São Cristóvão.

No século seguinte, em 1884, o Imperador Dom Pedro II concedeu uma parte dessas terras a seu amigo Augusto Duque Estrada Meyer. Conhecido como “camarista Meyer” devido ao seu acesso privilegiado às câmaras do palácio imperial, Augusto era filho do comendador Miguel João Meyer, português de origem alemã e uma das figuras mais ricas da cidade na época.

Este gesto resultou na denominação da região como “Meyer”. Apesar da pronúncia inicial ser diferente, ao longo do tempo, o local foi popularmente conhecido e pronunciado como “Méier”.

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Rua 24 de Maio próximo à passarela da estação de trem. Seguindo à esquerda se encontra a rua Dias da cruz. Ano de 1975. Reprodução: O Rio de Antigamente.

Além disso, o bairro seguiu seu progresso nos trilhos, com uma parte significativa ligada à ferrovia. Desde do início, a presença dos trilhos não apenas facilitou o desenvolvimento urbano, mas também moldou a identidade e a cultura do Méier. A estação ferroviária, cujo aniversário é celebrado como a data de fundação do bairro também, em 13 de maio de 1889, representa um marco fundamental nessa história.

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Estação de trem “Parada do Meyer”. Reprodução: O Rio de Antigamente.
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Estação de trem Méier após algumas décadas. Reprodução: O Rio de Antigamente.

No entanto, somente na década de 1950, os moradores testemunharam a explosão demográfica e comercial na região. Em 1954, o Méier ganhou o Imperator, na ocasião, a maior sala de cinema da América Latina, com 2.400 lugares. Em seguida, foi a vez do Shopping do Méier se instalar no bairro – o primeiro do gênero a ser inaugurado no Brasil.

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Imperator antigamente. Reprodução: Fragmentos do Rio Antigo.

Nos dias atuais, o Méier é reconhecido como um bairro residencial, porém, possui uma extensa rede de comércio e serviços, atendendo às necessidades cotidianas de seus moradores. Recentemente, o bairro passou por uma evolução significativa na qualidade dos serviços oferecidos, sendo resultado da percepção dos empresários em relação à grande demanda e ao poder de compra dos residentes locais.

A conhecida frase “Quem mora no Méier não bobéia!” ecoa pelas ruas do Rio, mas o bairro vai muito além dessa expressão. O Méier não é apenas um lugar para se viver, mas um verdadeiro tesouro carioca, repleto de vida e significado para aqueles que o chamam de lar.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Sou descendente de Augusto Duque Estrada Meyer. Lá em casa tínhamos, ou ainda temos, não sei, teria de procurar o documento original de doação da chácara que se transformaria no bairro assinada por D.Pedro. Adorei ver a história de minha família e do bairro contada aqui.

  2. Bom dia.
    Informo que o dito tradicional correto muito citado por moradores do Méier é “Quem é do Méia não bobéia.”
    Espero ter ajudado.
    Grande abraço de um ex-morador do Méier que desfila no bloco do bairro, o Labareda, com o saudoso sambista João Nogueira.

    Atenciosamente,
    Luiz Carlos Dias
    Produtor Cultural

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