A história do ‘Piso Suburbano’

Quem nunca esteve em uma casa com chão ou muro como esse da foto da matéria?

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A popular frase “a cabeça pensa a partir de onde os pés pisam” tem vários sentidos e interpretações. E uma dessas leituras, tranquilamente, pode ser associada aos clássicos pisos muito presentes nos subúrbios cariocas: o Piso Suburbano. Pisos esses que trazem muitas lembranças para diversas pessoas.

Para quem ainda não entendeu, o “Piso Suburbano” é essa junção de cacos de azulejos (iguais aos da foto da matéria), dominantemente vermelhos, muito presentes nos muros e no chão de casas nas Zonas Norte e Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Sobretudo nos quintais. 

Quando se fala em “cacos” não é força de expressão. Tudo começou na década de 1940.  Nesta época, São Paulo tinha duas grandes fábricas de cerâmica. Entre os produtos fabricados, existia uma lajota de 20×20 cm, nas cores vermelha, amarela e preta. A falta de cuidado no processo de criação e transporte causava muitos acidentes e inúmeras peças se quebravam, virando pedaços das colorações citadas.

Pobres, os trabalhadores dessas fábricas, que não podiam comprar as peças inteiras, usavam os pedaços, cacos, nas reformas de suas casas.

“Começando em São Paulo, a situação chegou ao Rio de Janeiro e se espalhou por todo o país. O processo era o mesmo: as fábricas faziam as peças inteiras, que eram caras para os trabalhadores, então, eles pegavam os pedaços – que eram muitos – e levavam para suas casas, às vezes compravam mais barato, às vezes pegavam escondido”, informa o pesquisador Rodrigo Leite.

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De acordo com o site Sou Méier, “A cor vermelha se tornou mais popular, porque era a mais comum e, consequentemente, a mais barata”.

Como os subúrbios cariocas eram, predominantemente, habitados por operários, a moda pegou nas Zonas Norte e Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Muitas casas ainda guardam essas memórias de chão, muros e bases.

“Na casa da minha avó, em Vaz Lobo, tem desse piso. Lembro de ter brincado muito quando era moleque. E minha mãe sempre falou que era mais fácil para limpar [risos]”, destaca o contador Maurício Abreu.

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10 COMENTÁRIOS

  1. Pessoal, esse tipo de piso realmente me relembra minha infância final dos anos 70 início dos anos 80. Hoje encontrando a felicidade de encontrar está matéria, parabenizo, observe o trabalho de paginação é uma riqueza.
    Taí boa ideia como gosto de construir, vou fazer os patamares da entrada da minha nova casa.

  2. Pode ter até começado como um subproduto de baixo valor mas tornou-se moda durante certo período (final 70 início 80), esse tipo de piso havia por todos os lados, mesmo em casas de quem podia pagar pelo material, na casa de meus avós, em Vicente de Carvalho, foi feito com piso em perfeitas condições, porém quebrado pelos pedreiros para obter o efeito decorativo.

    Minhas origens são humildes mas me lembro de ao menos três residências de pessoas abastadas que contavam com este mesmo acabamento em garagem, área de serviço ou algum corredor, áreas menos nobres, claro.

  3. Minha casa tem na área de serviço e no terraço, fizemos obra geral na casa mas não deixei tirar esses pisos de cacos de cerâmica, acho um charme, uma relíquia, não troco por nenhum tipo de piso. Ele tem sua personalidade e está muito bem conservado.

  4. Na casa do meu pai, precisamente na área de entrada, ele fez essa obra de arte. A residência está toda reformada, mas não retiramos sua obra feita com tanto carinho, pois é uma lembrança de sua criatividade antes da sua partida para o céu.

  5. Na minha casa da infância, tinha – um caminho, do portão até a varanda.
    Depois, qdo meu pai fez uma extensão na casa, uma sala de jantar, lavanderia e maus um banheiro, usou na cor cinza mesclado com brilho. Qdo vi que colocaram rejunte da cor de cimento, pirei pq queria que fosse branco – lembro de tentar raspar mas, ñ consegui. Ficou bem feio e custei a me acostumar …

  6. Isso não se vê só em casas de operários não. Lembro de uma casa no Méier enorme, com piscina grande, churrasqueira grande e coberta, quintalzão, canil maior do que muito conjugado onde eventualmente ficavam dois cães, um Pointer e um Boxer, quando não estavam soltos, e mais a garagem dos carros, fora duas mangueiras diferentes, espada e carlotinha, além de cajá manga, coqueiro e outros arbustos. Não parecia ser casa de operário não.

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