Existem muitas propostas para transformar o Rio de Janeiro em lugar melhor. Ideias não faltam. Uma delas sugere que o Rio se torne um 2o Distrito Federal. Com isso, a cidade passaria a receber investimentos direto do Governo Federal, se tornando, por exemplo, mais resistente às crises – inclusive a atual.
“Brasília, como o Rio outrora, apresenta a renda per capita mais elevada do país, embora não tenha uma única fábrica”, frisa Christian Lynch.
A organização Rio, Capital Nacional reforça o discurso de Lynch:
“A proposta da criação de um 2o Distrito Federal no Rio de Janeiro não é a demanda por um privilégio, mas uma adequação federativa. O Rio passa a ser um problema federal porque a União está fortemente presente na cidade, e não saiu dela até hoje. Não se trata apenas do fato de o fato de que o Brasil como país independente ter nascido no Rio de Janeiro. A presença federal maciça da União, com suas dezenas de repartições e propriedades públicas federais, manteve a cultura política local de ‘capital’ e a impede de passar a se pensar como um estado como os demais”, destaca a Rio, Capital Nacional.
De acordo com os defensores da causa, o Rio de Janeiro não é eficiente o suficiente e não tem uma espécie de identificação forte da população com o estado, como ocorre em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco, por exemplo.
“Mas uma cidade do Rio de Janeiro, na condição de segunda metrópole do país e sua verdadeira capital simbólica, concentrando milhões de pessoas, não poderia ser território por muito tempo. Teria sido medida preparatória para a reconversão posterior do território federal criado em segundo distrito federal, que é infelizmente a única medida capaz de restabelecer a normalidade política na região fluminense. Ainda que não houvesse a transição próxima para a condição de Distrito Federal, a territorialização da cidade do Rio a teria deixado em muito melhor condição de ser resgatada do que a de capital de um estado monstrengo como esse, criado pela dupla Geisel e Golbery em 1975”, opina Lynch, referindo-se à fusão entre os estados da Guanabara e do Rio de Janeiro.
Lynch comenta as vantagens diretas dessa possibilidade: “O Rio de Janeiro serviu de capital do Brasil por 200 anos, sendo duramente disciplinada e treinada para exercer esse papel de representação do país. Até hoje não aprendeu a exercer outro e provavelmente não vai aprender mais. Esses símbolos de ‘capitalidade’ se percebem pelos numerosos órgãos públicos federais que nela permanecem e sua legião de 200 mil servidores; das antigas sedes dos ministérios, do Congresso Nacional, da Presidência da República, do Supremo Tribunal; de instituições culturais como a Academia Brasileira de Letras, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e tantas outras. Devolver formalmente a condição de Distrito Federal ao Rio de Janeiro seria tão somente reconhecer aquilo que ele é e de que precisa para continuar a sê-lo. A realização dessa medida depende de diversos fatores, a começar por um trabalho de divulgação dos dados que revelem essa verdade, desconhecida dos próprios cariocas e fluminenses. O Rio não é São Paulo, é Brasília”, disse.
Desconhecia a proposta e conhecendo-a já apoio. É brilhante. E digo mais, alguns dos males que se abatem sobre o Brasil, como o narcoterrorismo, nascem no Rio por ele ser na prática, uma capital federal acorrentada por regimento de município.
Não sei como isso iria se configurar na prática. Tenho a impressão que o melhor seria o Legislativo vir para cá enquanto Executivo e Judiciário poderiam ficar em Brasília. Seriam duas forças aqui (Câmara e Senado) e duas lá (Presidência e STF).
Quando acontecer, duvido que o Congresso e o Governo Federal aceitem trabalhar num ambiente de guerra civil, abandono e sujeira. E desenraizando esses problemas do Rio, enfraquece-os no resto do país. Sem falar que a “Casa do Povo” estará em um ambiente cosmopolita e de fácil acesso. Brasília é central geograficamente, mas o Rio é central logisticamente. O Congresso *tem* que estar ao alcance de todo o Brasil. E aqui é o lugar para isso.
Brasília permanece como capital federal dos Poderes legislativo e Judiciário. Já o Rio, como capital federal do Poder Executivo (Presidência da República). O resto do Estado do Rio de janeiro passa a se chamar Estado da Guanabara-GB e com o mesmo gentílico fluminense. São Gonçalo (a maior cidade), Niterói (que já foi capital estadual) e Campos dos Goytacazes (visando talvez levar desenvolvimento ao norte fluminense que apesar da riqueza petrolífera é a região que ainda apresenta as maiores carências socioeconômicas e de infraestrutura) e que seja elaborados oficialmente sorteios ou votação na atual Alerj na escolha de qual dessas três cidades deverá ser a capital do Estado da Guanabara-GB.
Poderia ser melhor difundida esta idéia.
Uma questão de equilíbrio com a Cidade do Rio de janeiro que só perdeu quando deixou de ser Capital Federal e para piorar, tempos depois veio a fusão do EG como RJ
Sou absolutamente a favor dessa iniciativa.
Excelente decisão. . .
[…] Em matéria publicada pelo DIÁRIO DO RIO em Fevereiro do ano passado, a organização Rio, Capital … […]